sábado, 3 de março de 2012

Quando de ti me lembro.
Corta-se meu coração.
Quanta saudade tenho,
Do amor que só ganhei desdenho,
Porém, quando em razão me atenho.
Reflito sobre o que seria do amor,
Se não fosse a solidão.

cachaça do mal

Caindo a noite.
Nascendo o dia.
O galo canta.
O gato mia.
Essa hora é quando acaba a bebedeira.
Então a ressaca se cria.
Destruindo tudo aquilo,
Que até a pouco era a mais pura alegria.

futebol

Futebol é arte,
ter um clube no coração faz parte.
Mas só para te alegrar,
o meu time vou falar.
Deus me deu com isso um prêmio.
Por que me deu como time o meu Grêmio.

Resumo do resumo do livro Educação e luta de classe Autor: Aníbal Ponce resumo do livro educação e luta de classes Anibal

A educação é uma forma de popularizar as formas de sobrevivência, as coisas necessárias à vida. O homem difere dos demais animais pela capacidade de criar, conservar e transmitir padrões de comportamento característicos de suas sociedades, ou seja, cultura. Onde se percebe e responde ao meio. Desta forma a cultura se perpetua através da educação.
A divisão da sociedade em classes gera um processo de aculturação por parte dos dominantes. Essa separação origina-se da divisão do trabalho, e por consequência um desenvolvimento social e uma sistematização estável da divisão do trabalho no âmbito do estado ou da educação.
A Revolução Francesa mudou a educação e os pensamentos, acarretando assim uma formação escolar voltada para o mercado que iniciava a exigência de mão de obra qualificada para as máquinas. Com isso iniciou-se a política de educação de massas, não para elevar a classe proletária, mas como um aparelho ideológico da burguesia a serviço de seus interesses.
A escola é um aparelho ideológico, porém deve se fazer também como disseminadora de conhecimentos necessários ao desenvolvimento das ciências. A grande questão levantada é: A educação é, na luta de classes, uma arma de união ou separação?
A educação influencia a política e vice versa, pois a educação apesar de ser apenas reprodutora da discriminação social, pode revelar as brechas sociais, tornando-se um instrumento de revoluções e insurreições para a socialização do conhecimento, assim contribuindo para a evolução humana.

pedagogia da autonomia Paulo Freire

A serviço da libertação do homem, dirigiu-se às massas oprimidas acreditando na liberdade, no poder de criação e de crítica, e estabelecendo as bases de uma pedagogia onde, tanto educador como o educando aprendem no trabalho comum de uma tomada de consciência da situação que vivem, por serem homens igualmente livres e críticos, pois as relações que o homem trava com o mundo fazem-no estar no mundo, e com o mundo, por ser um ser de integrações e não apenas de contatos, e por ter uma abertura à realidade.
Prefácio
O tema central da obra é a formação profissional docente, juntamente com uma reflexão sobre a prática educativa para a autonomia dos educandos. Os saberes necessários à prática educativa são necessários tanto a educadores críticos quanto para professores conservadores, pois são requeridos pela prática docente. “É necessário ser coerente. Não adianta o discurso competente, quando a ação pedagógica é imutável. A prática docente deve ser fundada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do educando.” (p. 10).
Formar não é puramente treinar o educando no desempenho de destrezas, é desenvolver os dons e atiçar a capacidade cognoscitiva do mesmo. “O preparo científico do professor ou da professora deve coincidir com sua retidão ética.” (p. 16).
Freire anuncia
a solidariedade enquanto compromisso histórico de homens e mulheres, como uma das formas de luta capazes de promover e instaurar a ‘ética universal do ser humano’. Essa dimensão utópica tem na pedagogia da autonomia uma das suas possibilidades. (p. 11).
Freire aponta “o erro não é ter um ponto de vista, mas absolutizá-lo e desconhecer que, mesmo do acerto de seu ponto de vista é possível que a razão ética nem sempre esteja com ele.” (p. 14). Onde “não é possível viver eticamente sem estar exposto permanentemente à transgressão da ética.” (p. 17). No entanto “a transgressão possível dos valores éticos é um demérito, jamais uma virtude.” (p. 18).
Capítulo 1
Não há docência sem discência
O ensino foi descoberto historicamente na vida social de homens e mulheres. “Quem ensina, aprende ao ensinar e quem aprende, ensina ao aprender.” (p. 23). A formação permanente dos professores é imprescindível para o exercício da docência, tendo-se como fundamental a reflexão crítica sobre a prática. Nesta formação permanente, não importa a repetição mecânica do gesto, mas sim a compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, do desejo, da insegurança a ser superada pela segurança, do medo que ao ser ‘educado’ vai gerando a coragem. “A reflexão crítica sobre o processo se torna uma exigência da relação teoria/prática sem a qual a teoria pode virar blábláblá e a prática, ativismo.” (p. 22).
Lecionar não é transmitir sabedoria, mas criar as possibilidades à construção, recriação do conhecimento. Porque é inválido o ensino onde o aprendiz não se torna competente para recriar ou refazer o ensinado. “Ao ser produzido, o conhecimento novo supera outro que antes foi novo e se dispõe a ser ultrapassado por outro amanhã.” (p. 28). O ensino exige pesquisa e a pesquisa necessita do ensino. Para conhecer o que ainda desconheço preciso pesquisar e ensino para comunicar ou anunciar a novidade. Onde faço a recriação do conhecimento.
A aprendizagem para a autonomia do sujeito é incompatível com o treinamento pragmático, ou com o elitismo autoritário dos que se consideram donos da verdade e do saber articulado. O conhecimento dos alunos deve ser respeitado e utilizado na educação dos mesmos. “A curiosidade é parte integrante do fenômeno vital. Não haveria criatividade sem a curiosidade a qual nos move e nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos.” (p. 32).
O preconceito ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia. Por isso o educador democrático deve reforçar a capacidade crítica do educando, na sua curiosidade e insubmissão. “A tarefa coerente do educador que pensa certo é, exercendo como ser humano a irrecusável prática de inteligir, desafiar o educando com quem se comunica, produzir sua compreensão do que vem sendo comunicado.” (p. 38).
Freire nos fala que o ‘pensar certo’ exige humildade, exemplo, ética, experiência, respeito, comunicação, pesquisa, dialética entre o pensar e fazer, criticidade, disponibilidade, aceitação, generosidade, curiosidade, criatividade, compreensão, segurança, coragem, insubmissão, ação, desafio, democracia, negação a qualquer preconceito, profundidade na interpretação da realidade, coerência, localização histórica, entendimento, participação, dinamismo, comunhão, reflexão, rigor metódico, decisão, inteligência, lealdade, amor. Pensar certo exige ainda assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, transformador, criador, realizador de sonhos. E ele completa dizendo que “só, na verdade, quem pensa certo, mesmo que às vezes, pense errado, é quem pode ensinar a pensar certo.” (p. 27).
Pensar certo implica o respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação quanto o respeito à capacidade criadora do educando, demanda profundidade na compreensão e na interpretação dos fatos, é agir certo. O pensar certo tem o gosto pela generosidade que, não negando a quem o tem direito à raiva, a distingue da raivosidade irrefreada. Tem disponibilidade ao risco, aceitação do novo, não apenas porque é recente, pois o velho que preserva sua validade ou que encarna uma tradição ou marca sua presença no tempo continua novo. (p. 35). O pensar certo deve ser ensinado concomitantemente ao ensino dos conteúdos. Pensar certo é algo que se faz e vive enquanto dele se fala com a força do testemunho. (p. 37). O ensino deve se dar a partir do exemplo. O fazer certo testemunha em favor de quem pratica o pensar certo. “A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialética entre o fazer e o pensar sobre o fazer.” (p. 38).
A criticidade não se dá automaticamente, é necessária a superação da ingenuidade através do pensar certo, promovendo a capacidade criadora dos discentes, própria da curiosidade deles. “A promoção da ingenuidade à criticidade deve ser feita com estética para despertar interesse dos educandos, juntamente com uma rigorosa formação ética.” (p. 32).
Nenhuma formação docente pode ser desatenta ao exercício da criticidade, sem o reconhecimento do valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da intuição ou adivinhação. O importante é submeter as instituições à análise metodicamente rigorosa de nossa curiosidade epistemológica. (p. 45).
Capítulo 2
Ensinar não é transferir conhecimento
O ensino é muito mais que transferência de conhecimento, é a abertura à criação de novos conhecimentos e a recriação dos já existentes. A inconclusão do ser humano faz-nos buscar a educação, o ensino para que possamos nos completar, ou pelo menos, dar qualidade às nossas vidas.
Quem não entende a ética não pode ser ético. “Só os seres que se tornaram éticos podem romper com a ética,” (p. 52) ‘O inacabamento de que nos tornamos conscientes nos fez seres éticos.’ (p. 59). A inconclusão do homem, quando assumida, enraíza a ética. (p. 60). Por esta razão a ética é cobrada apenas dos seres humanos. A ética nos exige o respeito à autonomia e à dignidade de cada um, isso não é um favor que podemos conceder uns aos outros.
Devo respeito à autonomia e à identidade do educando com uma prática em tudo coerente com o saber.
Estar no mundo sem fazer história, sem por ela ser feito, sem fazer cultura, sem tratar sua própria existência no mundo, sem sonhar, sem cantar, sem musicar, sem pintar, sem cuidar da terra, das águas, sem usar as mãos, sem esculpir, sem teologia, sem assombro em face ao mistério, sem aprender, sem ensinar, sem ideias de formação, sem politizar não é possível. (p. 58).
O bom senso me adverte de que a prática de exercer a minha autoridade em classe não é sinal de autoritarismo. A autoridade vem do cumprimento do dever.
O respeito devido à dignidade dos educandos não me permite subestimar, ou pior ainda, zombar do saber que eles trazem consigo para a escola. Também não permite que os ironize, discrimine, iniba-os com minha arrogância. O respeito ao educando diz que devo ser responsável, cumpridora dos deveres, que devo preparar e organizar a minha prática, lutar pelos meus direitos e protestar contra injustiças. “O ideal é que, na experiencia educativa, educandos e educadores convivam de tal maneira com os saberes que os tornem sabedoria.” (p. 58).
A responsabilidade dos professores é muito grande, os docentes são os formadores dos médicos, advogados, engenheiros, outros educadores, enfim todos os profissionais somente podem ser profissionalizados por professores.
A tarefa docente exige condições favoráveis, higiênicas, espaciais e estéticas para a prática pedagógica ser eficiente. Sem essas condições a educação é pouco eficiente ou ineficaz.
Ensinar exige humildade, tolerância, respeito, aprendizado constante, convivência com as diferenças, amorosidade, comprometimento, luta política consciente, crítica, organização, apreensão da realidade, reflexão, mudança, construção e reconstrução de conhecimentos, habilidade, posição política, ética, bom senso, alegria, esperança, moral, receptividade, autoridade. Enfim, ensinar exige o ‘pensar certo’.
O trabalho do professor que exerce a profissão com crianças é a difícil caminhada rumo à autonomia que só é possível com consciência crítica. O desenvolvimento da criticidade é a negação da acomodação, adaptação, tornando-os capazes de intervir na realidade.
A mudança é possível, porém seu caminho é árduo. É necessária ação politico-pedagógica comprometida com a alfabetização e formação de mão de obra técnica com qualidade e criticidade.
O saber crítico não é arrogante, nem pode ser imposto como verdade, porém a adaptação ao saber ingênuo (censo comum) é um erro sem tamanho para o educador crítico.
O sistema sociopolítico e econômico é desumano e provoca culpa indevida nas pessoas, como uma ‘sombra invasora’ que deve ser substituída pela autonomia e responsabilidade. Para isso é necessária a dialética entre a ‘leitura do mundo’ e a ‘leitura da palavra’.
O educador deve estimular a curiosidade do educando, pois assim estará estimulando a sua própria e então “haverá um bom clima pedagógico-democrático onde o educando aprende que a curiosidade assim como a liberdade tem limites.” (p. 85).
É importante que haja diálogo entre docente e discente para a assunção de uma postura epistemologicamente curiosa, e assim a recriação do conhecimento aconteça. Para tanto há a necessidade de equilíbrio entre liberdade e autoridade, não pendendo para o autoritarismo, nem para a libertinagem, pois há indisciplina em ambos, inexiste respeito em tais práticas, portanto o diálogo não se faz possível.
Capítulo 3
Ensinar é uma especificidade humana
A liberdade dos alunos gera neles confiança e segurança. Para que possa ser dada a liberdade os docentes devem ser seguros. Somente pode-se ser seguro sendo competente. Para ser competente há a necessidade de formação permanente. Para que a autoridade dos docentes seja reconhecida plenamente e assim possa ser dada a liberdade, os professores devem ser generosos. Pois a arrogância e a mesquinhez negam o princípio democrático da educação.
A autoridade democrática, coerente e ética aposta na liberdade disciplinada, onde não há estagnação, mas sim a recriação dos conhecimentos, onde há reinvenção do mundo, que é a autonomia educativa. “O ensino dos conteúdos implica testemunho ético do professor.” (p. 95).
Para ensinar é preciso dominar o conteúdo. Como ensinar o que não se sabe? Por isso, a constante formação docente é imprescindível. Para ensinar é necessário ser verdadeiro, por isso ético.
A educação é e não é, ao mesmo tempo, tanto reprodutora da ideologia dominante, quanto contestadora dela. “Não posso ser professor sem me achar capaz de ensinar certo e bem os conteúdos de minha disciplina nem posso reduzir a minha prática docente ao puro ensino dos conteúdos.” (p. 103).
Só é possível exercer a autoridade quando existe a liberdade crítica que defende seus direitos, pois somente com liberdade aprendemos a decidir. A autonomia se dá a partir das experiências das decisões tomadas. A pedagogia da autonomia tem base na liberdade para tomadas de decisões por parte dos alunos, para que ao se confrontar com as consequências de suas decisões tenham uma postura ética.
A professora democrática, coerente, competente, que testemunha seu gosto de vida, sua esperança no mundo melhor, que atesta sua capacidade de luta, seu respeito às diferenças, sabe cada vez mais o valor que tem para a modificação da realidade, a maneira consistente com que se vive sua presença no mundo, de que sua experiência na escola é apenas um momento, mas um momento importante que precisa de ser autenticamente vivido. (p. 113).
Para falar com os alunos devemos escutá-los e não falar impositivamente, se tivermos a intenção de sermos escutados, para que haja diálogo e assim a recriação do conhecimento.
A educação tem uma base fatalisticamente ideológica, esconde e revela a realidade faz pensar ou mesmo faz parar de pensar, pode criticizar ou alienar.
Sem que o educador seja amoroso e queira o bem aos alunos o ensino crítico é impossível, pois se não quiser o bem o trabalho feito será extremamente ruim , sem qualidade alguma.
Parecer da resenhista
Pedagogia da autonomia, um livro dedicado aos alunos de cursos de formação de educadores preocupados com o futuro de seus alunos, fala sobre ética, formação permanente dos docentes, liberdade e autoridade.
É um livro indicado para professores em formação, ou que já exercem a profissão para a conscientização do poder da educação.
Paulo Freire insiste no ‘pensar certo’ e na ética que bate de frente com o que uma professora me disse certa vez:
“Para que vou te ensinar a pensar criticamente, se eu tenho filhos? Eles são ensinados para mandar. Se eu fizer o mesmo com filhos de pobre, quem eles vão mandar? Ao fingir que ensino eu faço os filhos de pobre felizes com pouca informação para gravar e garanto um futuro melhor para meus filhos, que tem educação de qualidade.”
Essa professora, com essa afirmação me fez pensar que eu devo ser melhor, e acima de tudo devo fazer melhor. Devo fazer o melhor para que os alunos, através de suas escolhas, tenham seu futuro de acordo com as consequências delas.

CHIZZOTTI, ANTÔNIO. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. 2. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2008. antonio chizotti pesquisa qu

O livro citado visa esclarecer como as pesquisas qualitativas podem ser mais utilizadas em ciências humanas e sociais a partir da ideia principal desse modo de produção de conhecimento que é a interpretação.
A partir de seus paradigmas, o conhecimento gerado não é laborado com a frieza inexistente visada pelos postulados positivistas, visto que a imparcialidade é praticamente impossível ao ser humano, pois este tem sentimentos e afeiçoa-se a determinado fato ou pessoa. Portanto a interpretação é vista como a melhor saída na produção do saber.
Para pesquisar o profissional deve ser compreensivo para então penetrar nas ideias e assim compreender o contexto. Por isso a análise qualitativa requer mais tempo e atenção do pesquisador. Nas pesquisas qualitativas o conhecimento é gerado, também, a partir da participação dos indivíduos para a mudança ou manutenção da situação-problema.
Há a análise de conteúdo de diversos documentos, sejam eles orais, visuais, escritos, filmados. Na análise desses documentos há de se fazer cincos questões para a clarificação do ponto de vista: “Quem fala? Diz o que? Qual meio utilizado? A quem? Com quais efeitos?” Respondidas essas questões a pesquisa faz-se presente.
Antônio Chizzotti é professor titular e coordenador do programa de pós-graduação da PUC de São Paulo.

resenha

Souza, Laura de Melo e. Religiosidade popular na colônia. In. O diabo e a terra de santa cruz. Feitiçaria e religiosidade popular no Brasil colonial. São Paulo: Companhia das letras, 1995. p. 86-150.
O texto demostra um distanciamento gigantesco entre os dogmas e a religiosidade vivida. Um bispado em cem anos, não cumprimento das ordens eclesiais, ceticismo da população, padres que ignoravam as ordens do santo Ofício. Coroa portuguesa como patrona das missões católicas e instituições eclesiásticas em suas colônias, com os jesuítas como organizadores do catolicismo.
Havia relações politicas entre padres e a Igreja, tanto que no século XVII, Roma restringe a ação do padroado criando a congregação para a propagação da fé.
Diálogo com Gilberto Freyre Casa Grande- Senzala-Capela, especificidade familiar e sincretismo herético de Carlo Guinzburg.
O catolicismo era religião de fachada. Os cultos tinham traços católicos, negros, indígenas e judaicos misturados condenando os colonos ao sincretismo religioso. Inconsciência religiosa, deturpação, desconhecimento completo dos dogmas, paganismos, aprendizagem catequética por memorização de poucos rudimentos religiosos, que não eram entendidos e após alguns anos esquecidos.
Deus era objeto de dúvidas e indagações. Havia descrença em Deus generalizada, utilização da fé como fornecedora de bens materiais, fornecedora de vantagens concretas ou tratamento de todos os males, como subterfúgio ao abarcamento de seus interesses, cometendo blasfêmias de todas as maneiras, até mesmo pelo mau viver dos padres. Muitos párocos vivam em regime de concubinato, eram sodomitas, ébrios, envolviam-se em brigas, rixas, jogatinas, crimes de todo tipo, desacatavam aos fiéis.
Os fiéis eram impacientes devido a curta duração da vida. A fé constantemente era posta em xeque, ‘justiça divina duvidosa e falha’. “Se Deus era o Criador a ser adorado, por que fizera a desigualdade social?” (p. 111).
Indistinção entre sagrado e profano traduzida na identificação e devoção aos santos. Familiarização com os santos. Crença judaica atrelada ao ceticismo. Explicação para tudo em Deus ou no diabo. Os colonos não tinham base científica que lhes explicasse os fenômenos, portanto tudo era explicado através de forças espirituais, sobrenaturais, metafísicas.
Completo desrespeito e desacato aos símbolos e ritos religiosos católicos. Havia muita ambiguidade, o que se ama às vezes se odeia, por uma economia religiosa de toma lá dá cá, quando se alcança a graça o amor se manifesta ao santo, quando não se alcança o esperado, xinga, atira-o nos cantos, odeia-o.
Demonização das ações humanas de ‘má vontade’ e divinização da aquisição de bens materiais. Tudo podia ser explicado pelo sagrado ou profano, pois sem uma razão sustentada na ciência, a Igreja dominava a mentalidade popular, porém com suas limitações conquanto à fé do povo. Menção ao padre Antonil como divinizador do produto mercantil gerador de lucros e bens.
Parecer do resenhista
A religiosidade colonial era extremamente falha em relação aos dogmas e preceitos religiosos católicos vigentes, mesmo porque a distância da Europa dificultava muito a repressão àqueles que se rebelassem contra a ordem religiosa. Mesmo os que eram pegos em atos heréticos às vezes não eram punidos por haver apenas um bispado em toda colônia durante mais de um século.
O carnaval também foi uma invenção dessa época, séc. XVI, onde os portugueses ‘fervorosos’ no catolicismo, quando defrontados com a quaresma, quarenta dias de privação de todos os prazeres carnais, montaram no calendário uma semana para extravasar nos deleites possíveis.
Indico este livro a todos que tenham interesse em conhecer um pouco sobre como os colonos se atinham às coisas sagradas, mediante a religiosidade vigente, o catolicismo.

educação e mudança (Paulo Freire)

O tempo histórico apresenta tempos de trânsito em que os valores são substituídos. Todo trânsito é tempo de mudança, no entanto nem toda mudança é trânsito, ele implica numa marcha acelerada rumo a novos temas e tarefas, afetando profundamente a ponto de criar um novo período histórico. (p. 54).
As soluções assistencialistas fazem do sujeito que as recebe objeto e contradizem o processo de democratização fundamental. São antidialogais, impõem ao homem mutismo e passividade e não oferecem condições para conscientização crítica. (p. 65).
O ponto de partida do trânsito é uma sociedade fechada, onde o centro da economia é fora dela, voltada para o mercado externo, exportadora de matéria-prima, predatória, reflexa na economia, reflexa na cultura, portanto alienada, objeto e não sujeito de si mesma, antidialogal, sem vida urbana ou com precária vida urbana, com alarmantes índices de analfabetismo, ainda hoje persistentes, atrasada comandada por uma elite superposta a seu mundo, ao invés de com ele integrada.
O transito se dá na ruptura das forças que mantinham o equilíbrio desta sociedade. As alterações econômicas e os primeiros surtos de industrialização foram os principais fatores de abertura desta sociedade. Porém o golpe de estado de 1964 fez com que o Brasil voltasse ao estágio de sociedade fechada. (p. 57).
A radicalização é positiva porque é crítica; amorosa; humilde; comunicativa; não nega o direito do outro de optar; não pretende impor a sua opção, dialoga sobre ela, convencido de seu acerto, respeita a opção do outro; tenta convencer e converter, e não esmagar seu oponente; tem o dever de reagir à violência dos que lhe pretendam impor silêncio; não se autoflagela; não se acomoda diante do poder exacerbado de alguns que leva à desumanização de todos, inclusive de poderosos, rejeita o ativismo e submete suas ações a reflexão sempre.
O grande mal estava no despreparo do brasileiro para a captação crítica do desafio, descambando assim para a sectarização. E o fanatismo tem matriz preponderantemente emocional e acrítica; é arrogante, antidialogal, reacionário, nada cria porque não ama, não respeita o outro, tenta impor sua opinião ao outro, é inclinado ao ativismo, que é ação sem vigilância da reflexão, daí o gosto pela sloganização que dificilmente ultrapassa a esfera dos mitos, morrendo assim em meias verdades, nutre-se do puramente relativo a que atribui valor absoluto. (p. 58/59).
Esse clima de esperança nasce no momento em que a sociedade volta-se sobre si e descobre-se inacabada e com um sem-número de tarefas a cumprir, desfaz-se do impacto dos sectários e participa ativamente do processo democrático de fato. (p. 63).
A atitude subversiva é essencialmente comandada por apetites, conscientes ou não, de privilégios. Por isso mesmo em nossa sociedade em transição subversivo tanto era o homem comum, emergente, em busca de privilégios, quanto os que queriam manter seu status. (p. 64).





A ingênua se caracteriza pela simplicidade na interpretação de problemas; pela tendência a julgar o tempo; por subestimar o homem comum; pela forte inclinação ao gregarismo; pela impermeabilidade à investigação; pela fragilidade na argumentação; pela prática da polêmica; por explicações mágicas; responde mais abertamente aos estímulos, mas se envolvem em respostas mágicas; distorce e deturpa a dialogação. (p. 69).
A crítica, que é alcançada com educação dialogal e ativa, voltada para a responsabilidade social e política, se caracteriza pela profundidade na interpretação dos problemas; pela substituição de respostas mágicas por princípios causais; por testar os ‘achados’ e se dispor sempre a revisões; por despir-se de preconceitos; por evitar deformações na apreensão; por negar a transferência de responsabilidade; por segurança na argumentação; pela recusa a posições quietistas; pela prática do diálogo  e não da polêmica; pela receptividade ao novo e pela não-recusa ao velho; por se inclinar sempre a arguições. (p. 69/70).

A criticidade fanatizada se caracteriza pela absolutização do ponto de vista; pelo irracionalismo sectário; por tomadas de decisão com cunho emocional; por ações de subversão. Levando esses indivíduos à desumanização. (p. 71).

educação com mudança ou repetição?

Referência
KRAHE, Elisabeth Diefenthaeler. TAROUCO, Liane Margarida Rockenbach. KONRATH, Mary Lúcia Pedroso. Desafios do trabalho docente mudança ou repetição. 2006. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.
Este trabalho levanta as questões:
O uso de novas tecnologias na educação diferencia ou apenas repete o ensino tradicional?
O uso da informática nas escolas muda a maneira do aluno reagir às disciplinas lecionadas?
Trabalho docente
O ensino de qualidade envolve as variáveis:
Organização inovadora, aberta, com um projeto pedagógico coerente, dinâmico, participativo e inovador.
Infraestrutura adequada, atualizada, confortável com tecnologias acessíveis, disponíveis e adequadas.
Profissionais preparados intelectual, emocional, comunicacional e eticamente e com boa remuneração.
Condições de trabalho adequadas para estes profissionais.
Tempo para os profissionais pesquisarem e estudarem.
Desafios do cotidiano do trabalho docente frente as NTIC
As novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC) abrem um grande leque de possibilidades para a organização da aula, porém há o desafio de encontrar tempo para conhecê-las, atualizar-se e planejar o seu uso. Mais complicado ainda é integrar-se com outros profissionais de ensino para a aprendizagem global e interdisciplinar.
Não há formação profissional nem espaços físicos apropriados para o que se é exigido da educação atualmente.
O exercício da profissão de professor exige que o profissional seja mediador/orientador. A partir deste viés o professor deve ser facilitador, incentivador e mediador da aprendizagem dos alunos.
Mediação pedagógica e o papel do professor como mediador/orientador
Os princípios norteadores à prática pedagógica
Integração com novas tecnologias, metodologias e atividades, aproximando as diversas mídias existentes.
Variar a forma e as técnicas utilizadas em sala de aula e fora dela, improvisando e não deixando assim tudo monótono e previsível.
Planejar e improvisar quando necessário, ajustando o planejado às circunstâncias da prática.
Valorizar a comunicação virtual e os aspectos de presença e distância.
A mediação pedagógica tem estratégias convencionais e novas tecnologias
Convencionais:
Apresentação simples, desenhos, deslocamento físico, tempestade cerebral, dramatização, jogos de empresa, estudos de caso, estágios, excursões, aulas práticas, visitas a locais de atividades profissionais, dinâmicas de grupo, aulas expositivas, leituras, ensino com pesquisa ou por meio de projetos e uso de recursos audiovisuais.
Estratégias de novas tecnologias:
Aquelas que estão vinculadas ao uso de computador, informática, telemática, e educação à distância. São inclusos também recursos e linguagens digitais que podem modificar o processo de educação através da interação entre sujeitos por intermédio das tecnologias.
Planejamento estratégias pedagógicas
As estratégias pedagógicas são utilizadas para facilitar o aprendizado
As concepções educacionais que embasam as atividades propostas;
A articulação de propostas e/ou atividades desencadeadoras de aprendizagens;
A organização do ambiente físico;
O planejamento de ações e
O tipo e a forma como o material é utilizado.
Experiências com uso de computadores e laboratórios em escolas
O uso da informática amplia os horizontes da sala de aula, porém é necessário planejamento para sua utilização.
A pesquisa efetuada mostrou que não uniforme o nível tecnológico entre as máquinas das escolas pesquisadas e seu uso é bastante diferenciado, contudo na maioria dos casos, a utilização é feita no intuito de organização de trabalhos escolares dentro do conteúdo programático das aulas.
Considerações finais
A conclusão das pesquisadoras foi que as estratégias educacionais devem ser repensadas, os professores devem amadurecer intelectual e emocionalmente e que a formação permanente dos docentes é imprescindível para o desenvolvimento da educação com as novas tecnologias de informação e comunicação, para assim exercer a função cobrada pela sociedade de mediador/orientador.

matrizes do povo brasileiro

O povo brasileiro é fruto de miscigenações inúmeras entre pessoas de principalmente três matrizes, nativo-americana, africana, e europeia, representada principalmente pelos portugueses, colonizadores desta terra.
A matriz nativo-americana é formada por ancestrais de origem indígena, fazendo com que a cultura brasileira incorporasse vários aspectos desta.
A matriz africana é formada por negros da África subsaariana de vários povos, escravizados para a mão de obra na lavoura canavieira.
A matriz europeia é formada pelos colonizadores, portugueses em sua maioria, que a partir da crença cristã católica formou a base da cultura social brasileira.

esquema de leitura de José Carlos Reis, A história entre filosofia e ciência

Como conhecimento das ‘diferenças humanas’, a história científica dará ênfase ao evento: irrepetível, singular, individual, com seu valor intrínseco, único. p.6.
A História não será uma ciência de leis e essências, pois não há modelos supra-históricos dados a priori que garantiriam a racionalidade e inteligibilidade do processo histórico efetivo. A Razão se reduz à História. p.7.
Não é um princípio supra-histórico que organiza o processo efetivo, mas sim a própria história que organiza o pensamento e a ação, os quais existem em uma ‘situação’: um lugar e uma data – um evento. p.7. “Um lugar social”.
A humanidade, sujeito universal, tomava consciência de si através da narração histórica. p.8.
 A filosofia abole a história quando nega a diferença entre o passado e o presente e reduz as diferenças históricas ao tempo presente do espírito. p.8.
O historiador é incapaz de abordar o material histórico sem pressuposições, está impregnado, sem confessá-lo, de ideias filosóficas. p.9.
“Método” tornou-se a palavra chave, e o que distinguia a história da literatura. p.17.

educação no Brasil

A educação brasileira é resultante da fusão de várias ideologias educacionais, tomemos a grega por exemplo.  Os sofistas, filósofos que se preocupavam com a retórica e oratória, eram educadores por profissão, no entanto apenas pessoas abastadas podiam pagar suas aulas, por serem muito caras.
O modelo de ensino sofista é a aprendizagem da oratória e retórica, onde quem vence o debate é a pessoa que convence as outras de seus preceitos e ideologias.
No modelo socrático, a educação é algo que surge do interesse, da busca interior, onde o educador apenas estimula o aluno com a dialética. Sócrates ensinava quem tivesse interesse, e não apenas os ricos como faziam os seus contemporâneos sofistas.
Nisso a educação no Brasil, dividida em pública e privada, herda dos gregos, entre outras coisas, uma diferença de método de ensino e oneração que demonstram as diferenças gritantes na qualidade e no modelo de ensino da sociedade brasileira. Onde quem pode pagar tem um modelo de educação e quem não pode onerar tem uma educação que fica, e muito, a desejar dias melhores.

Concepção Filosófica Aristotélica Concepção Filosófica Aristotélica Concepção Filosófica Aristotélica Concepção Filosófica Aristotélica concepção filosófica aristotélica

Aristóteles, um dos maiores filósofos da história, foi discípulo de Platão por 19 anos, fundador da escola ateniense Liceu, gostava de lecionar em caminhadas, donde surge o termo escola peripatélica.
Seu pensamento filosófico é uma grande crítica aos pré-socráticos e a seu mestre Platão, buscando superar os pensamentos filosóficos vigentes até então, tendo assim um estilo inconfundível, original, único, donde surge uma nova concepção filosófica.
Aristóteles inicia sua crítica por seu mestre, pela concepção platônica do dualismo, onde existem dois mundos, o real, sensível, e o das ideias, subjetivo. Sua crítica baseia-se em infinitos pontos externos de influência e não apenas a relação externa entre dois pontos. Afirma também que todos os seres, objetos, coisas são compostos por forma e matéria.
Ele elabora também, três distinções adicionais acerca da matéria, são elas: Essência e acidente; Necessidade e contingência e; Ato e potência. Faz a distinção das quatro dimensões da causalidade: Causa formal; Causa material; Causa eficiente e; Causa final.

lobo mau

teu cheiro eu já sei de cor,
te vejo, te cheiro, te toco, te faço melhor
ñ sei como você pode buscar
alguém que não sabe amar
vai atrás daquele que não te faz feliz
sei que não sou seu príncipe
muito menos encantado,
mas realizo todos os seus sonhos e desejos
faço de tudo melhor sempre que te vejo
te faço gozar,
enquanto você aguentar.
Só pra quebrar o galho,
quando meto o malho,
eu sei que me torno o tal
e pra você descobrir quem eu sou
prazer, eu sou o lobo mau