A tomada do Monte Castelo pela FEB e sua repercussão na
sociedade brasileira.
Antes de identificar os elementos desejados de nosso
trabalho, faz-se necessário buscar resgatar o contexto histórico daquela época
a fim de suscitarmos elementos considerados como sendo imprescindíveis para
viabilizar nossa análise; uma vez que conseguem estabelecer relação causal
entre o objeto ora estudado e sua influência em nossa história.
Contexto histórico
A criação da Aliança Nacional Libertadora, sob o Comando de
Luís Carlos Prestes possuía ideias comunistas e isso passou a preocupar Getúlio
Vargas. Ele se juntou com seus generais e pensaram numa maneira de se manterem
no poder por meio de um golpe de Estado.
Promoveram uma ditadura. O ESTADO NOVO, que em verdade seria
uma maneira de tentar silenciar a os anseios das burguesias industrial e
agrária da época. Vivendo a ditadura imposta por Vargas que deixou marcas
inapagáveis em nossa história, bem como a eminência de ter que participar de
uma guerra, a população brasileira começava a passar dificuldades com a
escassez de dos diversos gêneros de primeira necessidade, inclusive de
combustível.
O governo pedia à população que economizasse os recursos,
pois o contexto beligerante da época reclamava das nações menos desenvolvidas
as matérias primas imprescindíveis no processo de fabricação dos artefatos
bélicos utilizados no conflito.
O Brasil extraia uma quantidade e uma variedade considerável
de minérios que compunham itens bélicos. Assim nosso país começou a empreender
negociações acerca da extração e comercialização dos minérios, bem como da
borracha necessária ao processo em questão. Foi assim que Vargas conseguiu para
o Brasil a CSN- Companhia Siderúrgica Nacional, e a Companhia Vale do Rio Doce
a qual, depois de concluída sua construção, foi explorada por 25 anos pelo
governo americano antes de entregar a administração ao comando nacional.
Como sabemos, em 1939 com o início da II Guerra Mundial o
Brasil tinha por objetivo manter-se neutro, seguindo a política de Getúlio Vargas.
É importante ressaltar aqui que tal atitude contrariava o acordo assinado em
Havana que dizia que qualquer nação americana que fosse atacada, deveria ser
socorrida pelas demais; o que não aconteceu quando os Estados Unidos foram
atacados pelos japoneses na base naval de Pearl Harbor.
Assim a neutralidade que Vargas queria imprimir consistia em
não demonstrar apoio a nenhum dos blocos de superpotências para que pudesse
barganhar com ambos os lados. Eram eles:
·
O eixo dos Nazifascistas era composto pelos
países Alemanha, Itália e Japão.
·
O bloco dos Aliados era composto por vários
países entre eles: Inglaterra, França, União Soviética e os Estados Unidos. A
estes o Brasil viria a unir-se posteriormente.
O Brasil não ingressou no período inicial da Guerra. O
presidente aguardava a proposta mais vantajosa feita de ambos os lados para
poder então definir qual seria a que traria maior benefício.
Acreditamos ser, provavelmente, esta a postura adotada por
Vargas que tenha levado ao enfurecimento do Führer; ordenando o ataque a
indefesos navios mercantes, resultando na morte de centenas de pessoas
indefesas afrontando também a Soberania Nacional. Quando os jornais de todo o
país passaram a publicar as fotos de civis encontrados nas praias vítimas dos
bombardeios efetuados pelas tropas alemães, bem como de cadáveres mutilados por
ataques de tubarões, a opinião pública começou a pressionar as autoridades para
que o Brasil desse uma resposta à altura do acontecido.
Ainda assim o Brasil buscava manter-se neutro, proibindo
inclusive os meios de comunicação da época que veiculasse qualquer material que
dissesse respeito à belicosidade vivenciada pelos dois blocos, inclusive os
bombardeios efetuados às embarcações nacionais mercantes, haja vista nosso
Estado brasileiro viver momentos de ditadura militar.
Somente depois do embarque das pracinhas é que foi criado o
GLOBO EXPEDICIONÁRIO que seria o meio pelo qual Vargas disseminaria as ideias
de equilíbrio, paz harmonia e a solidez das instituições mantidas pelo Estado
novo; idealizado pela Ditadura.
Os bombardeamentos não cessaram. Eles eram executados por
submarinos do Eixo que tinham por objetivo impedir que o Reino Unido recebesse
suprimentos de guerra provenientes do Continente Americano e, ao mesmo tempo,
tentar intimidar o Brasil para que permanecesse neutro no conflito.
Sabe-se que o mentor de tais ataques foi Adolf Hitler, e que
tinham como primazia se utilizar deste tipo ardiloso de estratégia para
incentivar seus agentes infiltrados e simpatizantes do Nazismo em nosso território,
conhecidos como Alcunha da Quinta Coluna, que viviam espalhados pelos estados, (SP,
RJ, SC, RS, PR) disseminando rumores, responsabilizando os anglo-americanos por
esses ataques. Essas informações foram extraídas do diário de Joseph Goebbs.
Faz-se necessário ressaltar que a situação para o governo
brasileiro estava ficando insustentável; de um lado a pressão da opinião
pública exigindo uma resposta efetiva aos ataques covardes já mencionados e, do
outro, a pressão política para que o Brasil definisse seu lado no conflito; sob
pena desta demora custar a invasão do nosso litoral nordestino.
Bastante pressionado, a postura de nosso governo então muda
no ano de 1942 quando o governo norte americano convence o Presidente Vargas a
ceder a Ilha de Fernando de Noronha e o litoral nordestino, mais precisamente
no Rio Grande do Norte na cidade de Parnamirim, localizado na região
metropolitana de Natal, para que fosse feita uma base militar americana a fim
de que esta pudesse ofertar toda a logística necessária às tropas dos aliados.
A base americana em Natal ficou internacionalmente conhecida
como sendo “O TRAMPOLIM PARA A VITÓRIA”. Atualmente, neste mesmo local funciona
o CATRE, (Comando Aéreo de Treinamento), base militar da Aeronáutica e escola
de Aspirantes do ar. Natal também abriga a Barreira do Inferno, antiga base de
lançamentos de foguetes que atualmente funciona em Alcântara no Estado do
Maranhão.
O Brasil entrou para a guerra quando declarou apoiar o Bloco
dos aliados em 22 de agosto de 1942, mas, somente em 02 de julho de 1944 teve
início o envio do primeiro corpo militar brasileiro à cidade de Nápoles a fim
de que eles, sob o comando do General João Batista Mascarenhas de Moraes,
pudessem ir se adaptando à atmosfera de combate que inexoravelmente os
esperava, bem como recebessem armas, equipamentos e um mínimo de instrução dos
militares americanos; dos quais a Força Expedicionária Brasileira estava
subordinada.
O Brasil ao ingressar no conflito, verificou que sua tropa
não era equipada a altura para enfrentar combate de tamanha proporção. Nossa
Aeronáutica estava começando a se modernizar com a recente compra de aeronaves
americanas. A Marinha possuía uma série de embarcações obsoletas, pouco dessas
aptas ao combate contra os submarinos. Nosso exército era considerado bastante
atrasado e desequipado. Sentia-se mais importante que as outras forças porque
cuidava da repressão de movimentos políticos e da propagação das ideias do
Estado Novo.
O corpo militar dos aliados era composto por pessoas vários
países: americanos afrodescendentes, nipo-descendentes, comandados por oficiais
brancos; italianos antifascistas, exilados europeus (poloneses, tchecos e
gregos), tropas coloniais britânicas (canadenses, neozelandeses, australianos,
sul-africanos, indianos, quenianos, judeus e árabes) e francesas (marroquinos,
argelinos e senegaleses), em uma diversidade étnica como jamais existira antes
em outro conflito.
A FEB - Força Expedicionária Brasileira integrou o 4º Corpo
do Exército Americano que na ocasião estava sob o Comando do General- Willis D.
Crittenberger e este por seu transe subordinado ao General Mark W. Clark
Comandante do V Exército dos Estados Unidos da América.
Podemos perceber que a formação de uma força expedicionária
pelo governo brasileiro seria uma forma de conclamar todo o povo brasileiro a
viver, junto com aqueles que desembarcaram em Nápoles, uma participação mais
estreita sobre os acontecimentos externos envolvendo o Brasil.
Isso por certo produziu uma falsa imagem de normalidade e
equilíbrio que por sua vez, vinha na contramão de tudo aquilo que o Estado novo
vinha empreendendo de forma voraz: perseguições, torturas, toques de recolher
etc.; usando para esses fins o controle dos meios de comunicação por meio da
censura.
Outro objetivo de Vargas seria o reaparelhamento de nossas
forças armadas a fim de garantir a continuidade da política do Estado Novo, bem
como demonstrar às nações vizinhas sua superioridade; inibindo possíveis
investidas das nações vizinhas no futuro.
Enviando tropas para fortalecer as frentes norte-americanas,
o Brasil passou a figurar no panorama mundial como sendo uma nação de relevante
importância na nova configuração do mundo que ora se desenhava, ocupando uma
posição invejada de aliado especial dos Estados Unidos da América.
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