terça-feira, 19 de junho de 2012

mudança ou repetição? eis a questão da educação


Referência
KRAHE, Elisabeth Diefenthaeler. TAROUCO, Liane Margarida Rockenbach. KONRATH, Mary Lúcia Pedroso. Desafios do trabalho docente mudança ou repetição. 2006. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.

Este trabalho levanta as questões:

O uso de novas tecnologias na educação diferencia ou apenas repete o ensino tradicional?
O uso da informática nas escolas muda a maneira do aluno reagir às disciplinas lecionadas?

Trabalho docente
O ensino de qualidade envolve as variáveis:
Organização inovadora, aberta, com um projeto pedagógico coerente, dinâmico, participativo e inovador.
Infraestrutura adequada, atualizada, confortável com tecnologias acessíveis, disponíveis e adequadas.
Profissionais preparados intelectual, emocional, comunicacional e eticamente e com boa remuneração.
Condições de trabalho adequadas para estes profissionais.
Tempo para os profissionais pesquisarem e estudarem.
Desafios do cotidiano do trabalho docente frente as NTIC
As novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC) abrem um grande leque de possibilidades para a organização da aula, porém há o desafio de encontrar tempo para conhecê-las, atualizar-se e planejar o seu uso. Mais complicado ainda é integrar-se com outros profissionais de ensino para a aprendizagem global e interdisciplinar.
Não há formação profissional nem espaços físicos apropriados para o que se é exigido da educação atualmente.
O exercício da profissão de professor exige que o profissional seja mediador/orientador. A partir deste viés o professor deve ser facilitador, incentivador e mediador da aprendizagem dos alunos.
Mediação pedagógica e o papel do professor como mediador/orientador.
Os princípios norteadores à prática pedagógica.
Integração com novas tecnologias, metodologias e atividades, aproximando as diversas mídias existentes.
Variar a forma e as técnicas utilizadas em sala de aula e fora dela, improvisando e não deixando assim tudo monótono e previsível.
Planejar e improvisar quando necessário, ajustando o planejado às circunstâncias da prática.
Valorizar a comunicação virtual e os aspectos de presença e distância.
A mediação pedagógica tem estratégias convencionais e novas tecnologias

Convencionais:
Apresentação simples, desenhos, deslocamento físico, tempestade cerebral, dramatização, jogos de empresa, estudos de caso, estágios, excursões, aulas práticas, visitas a locais de atividades profissionais, dinâmicas de grupo, aulas expositivas, leituras, ensino com pesquisa ou por meio de projetos e uso de recursos audiovisuais.
Estratégias de novas tecnologias:
Aquelas que estão vinculadas ao uso de computador, informática, telemática, e educação à distância. São inclusos também recursos e linguagens digitais que podem modificar o processo de educação através da interação entre sujeitos por intermédio das tecnologias.
Planejamento estratégias pedagógicas
As estratégias pedagógicas são utilizadas para facilitar o aprendizado
As concepções educacionais que embasam as atividades propostas;
A articulação de propostas e/ou atividades desencadeadoras de aprendizagens;
A organização do ambiente físico;
O planejamento de ações e
O tipo e a forma como o material é utilizado.
Experiências com uso de computadores e laboratórios em escolas
O uso da informática amplia os horizontes da sala de aula, porém é necessário planejamento para sua utilização.
A pesquisa efetuada mostrou que não uniforme o nível tecnológico entre as máquinas das escolas pesquisadas e seu uso é bastante diferenciado, contudo na maioria dos casos, a utilização é feita no intuito de organização de trabalhos escolares dentro do conteúdo programático das aulas.

Considerações finais
A conclusão das pesquisadoras foi que as estratégias educacionais devem ser repensadas, os professores devem amadurecer intelectual e emocionalmente e que a formação permanente dos docentes é imprescindível para o desenvolvimento da educação com as novas tecnologias de informação e comunicação, para assim exercer a função cobrada pela sociedade de mediador/orientador

filosofia educacional


A educação brasileira é resultante da fusão de várias ideologias educacionais, tomemos a grega por exemplo.  Os sofistas, filósofos que se preocupavam com a retórica e oratória, eram educadores por profissão, no entanto apenas pessoas abastadas podiam pagar suas aulas, por serem muito caras.
O modelo de ensino sofista é a aprendizagem da oratória e retórica, onde quem vence o debate é a pessoa que convence as outras de seus preceitos e ideologias.
No modelo socrático, a educação é algo que surge do interesse, da busca interior, onde o educador apenas estimula o aluno com a dialética. Sócrates ensinava quem tivesse interesse, e não apenas os ricos como faziam os seus contemporâneos sofistas.
Nisso a educação no Brasil, dividida em pública e privada, herda dos gregos, entre outras coisas, uma diferença de método de ensino e oneração que demonstram as diferenças gritantes na qualidade e no modelo de ensino da sociedade brasileira. Onde quem pode pagar tem um modelo de educação e quem não pode onerar tem uma educação que fica, e muito, a desejar dias melhores.

a arte da comunicação


O mercado de trabalho está em constante mudança, porém as exigências dele são imutáveis: saber administrar conflitos, trabalhar em equipe, usar perfeitamente a linguagem oral e escrita, ter bom nível de inteligência emocional. No entanto, as empresas em geral não se preocupam em ensinar isso, pois é oneroso o treinamento.
Essa exigência nos faz precisar cada vez mais dos especialistas e é do trabalho de um deles que se refere esse resumo.
A comunicação é a peça chave para vencer a competição do mercado. Isso fica muito claro até mesmo em entrevistas de emprego, onde, por vezes, o profissional mais capacitado é descartado por não se comunicar corretamente, ou mesmo quando temos ideias brilhantes que podem ser descartadas quando nos expressamos erroneamente.
A arte da boa comunicação não é necessária apenas no trabalho, pois onde há mais de uma pessoa deve existir comunicação, porque o homem é um ser social.
A inteligência emocional quando devidamente madura desenvolve o potencial intelectual das pessoas. Esse amadurecimento é um processo de evolução moral, onde é necessário empatia, domínio da agressividade, serenidade e competência, saber dominar e combater as fraquezas, tolerar a inveja, ou seja, mergulhar onde há risco e anular as contrariedades e frustrações.
A inteligência emocional ajuda a preservar o sentimento de ousadia, perseverança, disciplina, perder o medo do fracasso, pois somente que tenta que pode errar. Portanto, o sucesso na vida individual e profissional depende muito mais do vigor emocional que das habilidades e competências adquiridas por meio de técnicas que são ensinadas.
A criatividade é muito importante na vida profissional. Porém, de grosso modo, as pessoas tem medo de serem punidas por errar e com isso não se movem, instalam-se em suas “zonas de conforto” e, portanto nada se modifica.
Contudo, as empresas buscam aqueles que não temem o erro e são criativas para poderem lucrar mais com as inovações tecnológicas que podem ser criadas em suas dependências. Todavia, o profissional deve ser amável, diferenciado por sua postura emocional e técnica, em relação aos clientes. Pois não é apenas com inspiração e criatividade que se alcança o sucesso, mas com muita transpiração. Para se alcançar o sucesso faz-se necessário uma equipe interessada e unida, fazendo competentemente aquilo que gosta.
O sucesso exige bom nível de comunicação na língua pátria, sabedoria nas escolhas, criatividade, facilidade de expressão, constante atualização, estudo e aperfeiçoamento, responsabilidade, trabalho em equipe e postura individual representativa para com os clientes.
Para se conseguir o sucesso, antes de mais nada, é preciso buscar oportunidade de se encaixar no mercado de trabalho, preparar-se muito bem, conhecer as exigências, motivar-se constantemente e manter-se apto a ocupar a vaga que está a disposição.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

amo meu grêmio

Amor é a plena utilização da razão,
Por isso meu grêmio está em meu coração.
Sem você não sei viver,
Porque não sei se conseguiria para outro time torcer.
O teu futebol me fascina,
Ao te ver meu coração delira.
Sei que na verdade
Somente tu podes viver na imortalidade.
Porém vou ao Olímpico, mesmo que não tenha mais idade.
Para te ver vencendo
vou até mesmo correndo
Até a pé eu vou,
Pois sei que ao voltar a notícia é de que você ganhou
Deus, ao me ver nascer
Me fez te merecer.
Por isso me deu o prêmio,
de torcer por ti meu Grêmio.

domingo, 3 de junho de 2012

informações acerca da religiosidade na colonia


Souza, Laura de Melo e. Religiosidade popular na colônia. In. O diabo e a terra de santa cruz. Feitiçaria e religiosidade popular no Brasil colonial. São Paulo: Companhia das letras, 1995. p. 86-150.
O texto demostra um distanciamento gigantesco entre os dogmas e a religiosidade vivida. Um bispado em cem anos, não cumprimento das ordens eclesiais, ceticismo da população, padres que ignoravam as ordens do santo Ofício. Coroa portuguesa como patrona das missões católicas e instituições eclesiásticas em suas colônias, com os jesuítas como organizadores do catolicismo.
Havia relações politicas entre padres e a Igreja, tanto que no século XVII, Roma restringe a ação do padroado criando a congregação para a propagação da fé.
Diálogo com Gilberto Freyre Casa Grande- Senzala-Capela, especificidade familiar e sincretismo herético de Carlo Guinzburg.
O catolicismo era religião de fachada. Os cultos tinham traços católicos, negros, indígenas e judaicos misturados condenando os colonos ao sincretismo religioso. Inconsciência religiosa, deturpação, desconhecimento completo dos dogmas, paganismos, aprendizagem catequética por memorização de poucos rudimentos religiosos, que não eram entendidos e após alguns anos esquecidos.
Deus era objeto de dúvidas e indagações. Havia descrença em Deus generalizada, utilização da fé como fornecedora de bens materiais, fornecedora de vantagens concretas ou tratamento de todos os males, como subterfúgio ao abarcamento de seus interesses, cometendo blasfêmias de todas as maneiras, até mesmo pelo mau viver dos padres. Muitos párocos vivam em regime de concubinato, eram sodomitas, ébrios, envolviam-se em brigas, rixas, jogatinas, crimes de todo tipo, desacatavam aos fiéis.
Os fiéis eram impacientes devido a curta duração da vida. A fé constantemente era posta em xeque, ‘justiça divina duvidosa e falha’. “Se Deus era o Criador a ser adorado, por que fizera a desigualdade social?” (p. 111).
Indistinção entre sagrado e profano traduzida na identificação e devoção aos santos. Familiarização com os santos. Crença judaica atrelada ao ceticismo. Explicação para tudo em Deus ou no diabo. Os colonos não tinham base científica que lhes explicasse os fenômenos, portanto tudo era explicado através de forças espirituais, sobrenaturais, metafísicas.
Completo desrespeito e desacato aos símbolos e ritos religiosos católicos. Havia muita ambiguidade, o que se ama às vezes se odeia, por uma economia religiosa de toma lá dá cá, quando se alcança a graça o amor se manifesta ao santo, quando não se alcança o esperado, xinga, atira-o nos cantos, odeia-o.
Demonização das ações humanas de ‘má vontade’ e divinização da aquisição de bens materiais. Tudo podia ser explicado pelo sagrado ou profano, pois sem uma razão sustentada na ciência, a Igreja dominava a mentalidade popular, porém com suas limitações conquanto à fé do povo. Menção ao padre Antonil como divinizador do produto mercantil gerador de lucros e bens.
A religiosidade colonial era extremamente falha em relação aos dogmas e preceitos religiosos católicos vigentes, mesmo porque a distância da Europa dificultava muito a repressão àqueles que se rebelassem contra a ordem religiosa. Mesmo os que eram pegos em atos heréticos às vezes não eram punidos por haver apenas um bispado em toda colônia durante mais de um século.
O carnaval também foi uma invenção dessa época, séc. XVI, onde os portugueses ‘fervorosos’ no catolicismo, quando defrontados com a quaresma, quarenta dias de privação de todos os prazeres carnais, montaram no calendário uma semana para extravasar nos deleites possíveis.
Indico este livro a todos que tenham interesse em conhecer um pouco sobre como os colonos se atinham às coisas sagradas, mediante a religiosidade vigente, o catolicismo.

literatura colonial espanhola


Os colégios e universidades demonstravam rivalidades encobertas das ordens religiosas, possuíam cargos de clientelismo político ou camaradagem, porém figuravam aspirações de enobrecimento através da educação, promoviam além do avanço cultural, promoções na administração pública, eram instrumentos básicos de educação, porém não eram acessadas por uma grande parcela da população e portanto não foram tão importantes como a literatura para influenciar a mentalidade colonial.
A diversidade cultural da colônia iniciou-se pelo enorme quantitativo de tribos e povos habitantes do continente americano, cada um com seus costumes e tradições. A diversidade de etnias do colonos, bascos, castellanos, galegos, catalães, foi importantíssima para gerar uma heterogeneidade ainda maior. Para completar a complexidade os escravos negros importados da África eram de muitas etnias diferentes, com crenças e costumes distintos, o que acabava por causar uma heterogeneidade singular em toda a América.
A literatura colonial era criada apenas pela elite, que era quem tinha acesso à educação, portanto a literatura e o teatro coloniais eram a representação de ideais e aspirações elitistas.
O início da literatura colonial foi em crõnicas e epopéias relatando as conquistas para influenciar a imigração de europeus para o novo continente.
O pensamento iluminista entrou na América através de livros que a Inquisição não conseguia, ou mesmo nem tentava, confiscar e queimar. A partir das ideias iluministas a população dos países da América espanhola buscou a emancipação e em seguida a independência.

haciendas no méxico


A divisão do solo foi iniciada com pequenas porções de terra chamadas de  peonías e caballerías divididas para agricultura de subsistência ou criação de gado. Como a maioria dos proprietários não reclamava seus domínios, por falta de dinheiro para investir, as terras foram sendo desbravadas e cultivadas por um número reduzido de colonos que detinham poderio econômico.
A pecuária extensiva foi sem dúvida a grande responsável pelo crescimento dessas posses, então para se legitimar a invasão de terras, o governo implantou a composición, uma taxa para regularizar terras invadidas ou compradas ilegalmente de indígenas. Com a composición a maioria das haciendas de terra cultivável, criação de gado e terras da Igreja foram regularizadas.
Enquanto o modelo de pecuária extensiva se desenvolvia e destruia as lavouras indígenas em campo aberto, a necessidade de mais terras cultiváveis e pastagens crescia com o aumento da demanda por produtos agropecuários para comércio doméstico na colônia e exportação.
A agricultura ao se desenvolver trouxe a necessidade de grandes latifúndios (haciendas) onde havia plantações de cana, milho, feijão, trigo, pimenta, para alimentar principalmente a população mineira e a população urbana. Por sua predisposição de multicultura as haciendas necessitavam de mão-de-obra especializada e emprego de maquinário, o que trouxe inicialmente dificuldade para os índios.
Os hacendados ganhavam força e reduziam o poder estatal, na medida em que suas propriedades cresciam, pela possibilidade de invadir terras de pequenos agricultores e legitimar seus domínios a partir do pagamento da composición, portanto os latifundiários (hacendados) tinham seu poder aumentado a partir de que em suas propriedades eles eram os governantes.
Por conta disso, contrariando a lei de não escravização dos índios, havia uma crescente escravização indígena, na tentativa de suprir a necessidade de mão-de-obra. Porém a escravidão negra e a subdivisão das terras para posseiros e meeiros supriu de vez a necessidade de mão de obra.
A coroa espanhola iniciou o processo de colonização com a obrigação dos indígenas ao pagamento de tributos, e trabalhos sazonais forçados, onde as comunidades determinavam o período trabalhado, as condições de trabalho, e a distribuição da força de trabalho.
Com o denvolvenvolvimento da agricultura e pecuária, o Estado viu que esse modelo não teria muito êxito, assim mudando o sistema para os repartimientos, onde os índios perderíam o controle do trabalho e receberíam salários para exercer as funções.
Conforme se desenvolviam, agricultura e a pecuária na colônia necessitaram de mão de obra permanente e um reforço sazonal, épocas de capina, plantio e colheita. Com isso houve a necessidade de compra de escravos negros e escravização dos índios, por meio de endividamento dos mesmos, pois havia a possibilidade de receberem adiantamentos de salário em dinheiro ou roupas. Portanto a mão-de-obra indígena passou de empregados sazonais, que tinham controle total de sua força de trabalho, para assalariados endividados, o que os tornou escravos.
Grande parte das haciendas e fazendas de criação de gado tinham intuito primordial de abastecer o mercado mineiro e urbano. Como grande parte da população ubana era de pequenos produtores rurais, a produção da haciendas precisava ser estocada para a venda no período da entressafra.
A região da mesoamérica sofre com variações contínuas e intempéries climáticas. Como a hacienda tinha menos propenção a ser abalada por intempéries climáticas, por possuir maior área plantada, ter sementes selecionadas e utilizar-se de insumos agrícolas e ter silos e celeiros para estocar grãos, tinha maior chance de sua produção ser a alternativa para alimentação da população em anos de seca ou enchentes.
A hacienda possuia uma realidade de policultura, pois a sua estrutura a obrigava a isso. De um lado havia a produção comercial (cana-de-açúcar, trigo, milho, ágave ou gado), de outra parte a produção de subsistência (milho, feijão, pimenta), em outras partes havia a exploração de florestas, caieiras e pedreiras.
Como as intempéries aumentavam o poder de venda, os hacendados buscaram meios de aumentar suas propriedades para suprir a demanda, para isso avançou os limites de suas terras para dentro das terras dos pequenos proprietários e indígenas.
Cada hectare avançado dentro da terra do pequeno proprietário, reduzia a capacidade de produção dele e com isso, maior a probabilidade de ele necessitar comprar produtos do hacendado, o mesmo com as terras indígenas, porém com a escassez de terras ou o índio ia para a cidade, aumentando o quantitativo de pessoas para comprar os produtos, ou ia trabalhar para o hacendado.

importância da igreja na América espanhola colonial


A Igreja conferia legitimidade às conquistas do Estado, porém em troca obrigava a promoção da conversão dos povos ao cristianismo. A Coroa reservava-se o direito de indicar os candidatos aos cargos eclesiásticos em todos os níveis, para isso assumiu a obrigação de construir e dotar catedrais, igrejas, mosteiros e os hospitais.
O clero enviado à colônia tinha o caráter missionário e era divido em ordens religiosas, a mais importante foi a Companhia de Jesus. Os frades jesuítas tiveram grande participação na economia colonial, pois com o legado, recebimento de dinheiro ou terras por um serviço espiritual a um colono morto, a Igreja colonial atuou como uma instituição financeira parceira do Estado, sendo a principal fonte de crédito e investimento na colônia.
Apesar disso, a Companhia de Jesus foi expulsa da América ao representar um perigo muito grande à Coroa, pois detinha o poder de manipulação, a educação era ministrada por padres jesuítas, além disso tinha posses e muito dinheiro.
Isso ocorreu devido ao grande avanço do protestantismo na Europa, a busca por novos fiéis foi uma necessidade da Igreja. Desonerando-a no envio dos religiosos, o Estado controlava, através do Conselho das Índias, as remessas do clero às colônias, a comunicação entre os religiosos e Roma, porém se obrigou a construir e dotar os mosteiros, igrejas,  catedrais e hospitais.
À Igreja colonial foi dispensada uma missão prática de apressar a submissão e europeização dos índios e pregar lealdade à Coroa.
O bispado local tinha autoridade sobre todo o clero na colônia, tanto o secular quanto o regular, ou seja, o bispo comandava todo o clero de sua diocese não apenas os padres paroquiais, mas todos os missionários. Inicialmente as dioceses foram estabelecidas em decorrêcia de  conquistas militares e posteriormente pela importância econômica de determinadas regiões.
As ordens religiosas foram importantíssimas para a introdução do cristianismo na América espanhola, por isso foram escolhidas as ordens militares, mendicantes, e entre os frades deu-se preferência aos reformados ou observantes, que além de predispostos à aventura de pregação, não tiham pretensões senhoriais. As ordens femininas foram criadas em solo americano de acordo com o modelo ibérico e eram monásticas, portanto não eram missionárias.
Apesar do clero colonial ser predominantemente branco, as ordens criavam vínculos rápídamente em todos os níveis sociais, se ocupavam além da pregação do evangelho do atendimento médico e da educação na América.
A Igreja no século XVII através da Companhia de Jesus, maior e mais importante ordem religiosa na colonização americana, conquistara posses e dinheiro a partir dos legados, possessões de terra ou dinheiro deixados aos padres por prestação de serviços espirituais aos colonos mortos, e assim obteve condições para até mesmo arrendar a arrecadação dos dízimos a fieis leigos mediante o pagamento de uma quantia em dinheiro. Chegando a assumir a função de instituição financeira, atuando como principal fonte de crédito e investimento do capital na América espanhola.
Porém a Igreja não se limitava ao dinheiro, a educação na colônia era prioridade para as ordens, tanto que somente cinco universidades em toda a Nova Espanha não eram de propriedade da Igreja. Havia preocupação da formação de um clero local, e legitimação do processo colonial.
A multiplicidade de disputas internas e domésticas, questões entre bispos e o poder civil, também o bispado e o clero secular e as ordens religiosas. Processos entre as casas religiosas sobre supostas difamações, ou em defesa de seus dependentes.
Os jesuítas ocupavam posições de amplo poder no campo educacional, sendo vistos como um obstáculo sério a ser transposto para a maior afirmação do Estado sobre a Igreja. Eram os mais independentes da autoridade episcopal, mais resistentes à burocracia real, ricos e poderosos tanto na colôna quanto na Espanha.
As reduções jesuíticas, que proclamavam a necessidade de uma sociedade livre e sensível aos interesses dos nativos. Os colonos espanhóis, autoridades civis hostilizavam-as, pois concorriam e interferiam no processo de aquisição de mão-de-obra indígena, até mesmo os impedia de ter indígenas como escravos. Além disso as reduções não passavam de uma escusa política por se tratar de uma organização estadual que tinha suas próprias leis.
Com isso, a coroa espanhola viu que os jesuítas tornaram a Igreja não mais submissa ao Estado, mas uma ameaça ao poder espanhol na América. Esse processo culminou com a expulsão da Companhia de Jesus dos domínios espanhóis em 1767.

economia colonial da América espanhola


A necessidade e a disponibilidade dos recursos formam  a estrutura produtiva local. Essa foi a máxima em todas as civilizações durante a história da humanidade, e na América espanhola não poderia ser diferente. Como a imigração européia e africana eram a principal fonte de expansão demográfica, e a dominação espanhola foi massacrante, os costumes e hábitos alimentares foram resignificados.
No méxico a estrutura mais utilizada foi a hacienda, onde a policultura predominava, na América central insular o regime prioritário foi de plantation com uso de escravos negros em sua maioria, nos andes a percentagem de terra cultivável é extremamente pequena, potanto os planaltos e vales foram dominados por produtos de interesse dos colonos e em grandes altitudes o gado foi substituindo pouco a pouco os llamas nativos, já no sul as planícies de vegetação rasteira, os pampas, praticamente desabitadas foram utilizadas para pasto.
Como nos Andes a grande variação de altitude dificultou a formação de grandes hacendas, então utilizou-se o sistema de encomiendas, diferente da região da América central continental, onde os regimientos foram muito utilizados para aquisição de mão-de-obra. Nas regiões de vales, onde as terras eram muito férteis para a agricultura por conta da irrigação e utilização de insumos, os produtos tropicais (cana-de-açúcar, cacau, café) foram a fonte de renda para os agricultores.
Para logística desses produtos foram utilizadas principalmente as rotas terrestres, o que nem de longe diminuiu a importância dos rios no transporte de mercadorias, um exemplo é o Rio de la Plata na Argentina foi o maior ponto de escoamento da produção de gado e prata da região sul da América do sul.