domingo, 3 de junho de 2012

haciendas no méxico


A divisão do solo foi iniciada com pequenas porções de terra chamadas de  peonías e caballerías divididas para agricultura de subsistência ou criação de gado. Como a maioria dos proprietários não reclamava seus domínios, por falta de dinheiro para investir, as terras foram sendo desbravadas e cultivadas por um número reduzido de colonos que detinham poderio econômico.
A pecuária extensiva foi sem dúvida a grande responsável pelo crescimento dessas posses, então para se legitimar a invasão de terras, o governo implantou a composición, uma taxa para regularizar terras invadidas ou compradas ilegalmente de indígenas. Com a composición a maioria das haciendas de terra cultivável, criação de gado e terras da Igreja foram regularizadas.
Enquanto o modelo de pecuária extensiva se desenvolvia e destruia as lavouras indígenas em campo aberto, a necessidade de mais terras cultiváveis e pastagens crescia com o aumento da demanda por produtos agropecuários para comércio doméstico na colônia e exportação.
A agricultura ao se desenvolver trouxe a necessidade de grandes latifúndios (haciendas) onde havia plantações de cana, milho, feijão, trigo, pimenta, para alimentar principalmente a população mineira e a população urbana. Por sua predisposição de multicultura as haciendas necessitavam de mão-de-obra especializada e emprego de maquinário, o que trouxe inicialmente dificuldade para os índios.
Os hacendados ganhavam força e reduziam o poder estatal, na medida em que suas propriedades cresciam, pela possibilidade de invadir terras de pequenos agricultores e legitimar seus domínios a partir do pagamento da composición, portanto os latifundiários (hacendados) tinham seu poder aumentado a partir de que em suas propriedades eles eram os governantes.
Por conta disso, contrariando a lei de não escravização dos índios, havia uma crescente escravização indígena, na tentativa de suprir a necessidade de mão-de-obra. Porém a escravidão negra e a subdivisão das terras para posseiros e meeiros supriu de vez a necessidade de mão de obra.
A coroa espanhola iniciou o processo de colonização com a obrigação dos indígenas ao pagamento de tributos, e trabalhos sazonais forçados, onde as comunidades determinavam o período trabalhado, as condições de trabalho, e a distribuição da força de trabalho.
Com o denvolvenvolvimento da agricultura e pecuária, o Estado viu que esse modelo não teria muito êxito, assim mudando o sistema para os repartimientos, onde os índios perderíam o controle do trabalho e receberíam salários para exercer as funções.
Conforme se desenvolviam, agricultura e a pecuária na colônia necessitaram de mão de obra permanente e um reforço sazonal, épocas de capina, plantio e colheita. Com isso houve a necessidade de compra de escravos negros e escravização dos índios, por meio de endividamento dos mesmos, pois havia a possibilidade de receberem adiantamentos de salário em dinheiro ou roupas. Portanto a mão-de-obra indígena passou de empregados sazonais, que tinham controle total de sua força de trabalho, para assalariados endividados, o que os tornou escravos.
Grande parte das haciendas e fazendas de criação de gado tinham intuito primordial de abastecer o mercado mineiro e urbano. Como grande parte da população ubana era de pequenos produtores rurais, a produção da haciendas precisava ser estocada para a venda no período da entressafra.
A região da mesoamérica sofre com variações contínuas e intempéries climáticas. Como a hacienda tinha menos propenção a ser abalada por intempéries climáticas, por possuir maior área plantada, ter sementes selecionadas e utilizar-se de insumos agrícolas e ter silos e celeiros para estocar grãos, tinha maior chance de sua produção ser a alternativa para alimentação da população em anos de seca ou enchentes.
A hacienda possuia uma realidade de policultura, pois a sua estrutura a obrigava a isso. De um lado havia a produção comercial (cana-de-açúcar, trigo, milho, ágave ou gado), de outra parte a produção de subsistência (milho, feijão, pimenta), em outras partes havia a exploração de florestas, caieiras e pedreiras.
Como as intempéries aumentavam o poder de venda, os hacendados buscaram meios de aumentar suas propriedades para suprir a demanda, para isso avançou os limites de suas terras para dentro das terras dos pequenos proprietários e indígenas.
Cada hectare avançado dentro da terra do pequeno proprietário, reduzia a capacidade de produção dele e com isso, maior a probabilidade de ele necessitar comprar produtos do hacendado, o mesmo com as terras indígenas, porém com a escassez de terras ou o índio ia para a cidade, aumentando o quantitativo de pessoas para comprar os produtos, ou ia trabalhar para o hacendado.

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