domingo, 3 de junho de 2012

importância da igreja na América espanhola colonial


A Igreja conferia legitimidade às conquistas do Estado, porém em troca obrigava a promoção da conversão dos povos ao cristianismo. A Coroa reservava-se o direito de indicar os candidatos aos cargos eclesiásticos em todos os níveis, para isso assumiu a obrigação de construir e dotar catedrais, igrejas, mosteiros e os hospitais.
O clero enviado à colônia tinha o caráter missionário e era divido em ordens religiosas, a mais importante foi a Companhia de Jesus. Os frades jesuítas tiveram grande participação na economia colonial, pois com o legado, recebimento de dinheiro ou terras por um serviço espiritual a um colono morto, a Igreja colonial atuou como uma instituição financeira parceira do Estado, sendo a principal fonte de crédito e investimento na colônia.
Apesar disso, a Companhia de Jesus foi expulsa da América ao representar um perigo muito grande à Coroa, pois detinha o poder de manipulação, a educação era ministrada por padres jesuítas, além disso tinha posses e muito dinheiro.
Isso ocorreu devido ao grande avanço do protestantismo na Europa, a busca por novos fiéis foi uma necessidade da Igreja. Desonerando-a no envio dos religiosos, o Estado controlava, através do Conselho das Índias, as remessas do clero às colônias, a comunicação entre os religiosos e Roma, porém se obrigou a construir e dotar os mosteiros, igrejas,  catedrais e hospitais.
À Igreja colonial foi dispensada uma missão prática de apressar a submissão e europeização dos índios e pregar lealdade à Coroa.
O bispado local tinha autoridade sobre todo o clero na colônia, tanto o secular quanto o regular, ou seja, o bispo comandava todo o clero de sua diocese não apenas os padres paroquiais, mas todos os missionários. Inicialmente as dioceses foram estabelecidas em decorrêcia de  conquistas militares e posteriormente pela importância econômica de determinadas regiões.
As ordens religiosas foram importantíssimas para a introdução do cristianismo na América espanhola, por isso foram escolhidas as ordens militares, mendicantes, e entre os frades deu-se preferência aos reformados ou observantes, que além de predispostos à aventura de pregação, não tiham pretensões senhoriais. As ordens femininas foram criadas em solo americano de acordo com o modelo ibérico e eram monásticas, portanto não eram missionárias.
Apesar do clero colonial ser predominantemente branco, as ordens criavam vínculos rápídamente em todos os níveis sociais, se ocupavam além da pregação do evangelho do atendimento médico e da educação na América.
A Igreja no século XVII através da Companhia de Jesus, maior e mais importante ordem religiosa na colonização americana, conquistara posses e dinheiro a partir dos legados, possessões de terra ou dinheiro deixados aos padres por prestação de serviços espirituais aos colonos mortos, e assim obteve condições para até mesmo arrendar a arrecadação dos dízimos a fieis leigos mediante o pagamento de uma quantia em dinheiro. Chegando a assumir a função de instituição financeira, atuando como principal fonte de crédito e investimento do capital na América espanhola.
Porém a Igreja não se limitava ao dinheiro, a educação na colônia era prioridade para as ordens, tanto que somente cinco universidades em toda a Nova Espanha não eram de propriedade da Igreja. Havia preocupação da formação de um clero local, e legitimação do processo colonial.
A multiplicidade de disputas internas e domésticas, questões entre bispos e o poder civil, também o bispado e o clero secular e as ordens religiosas. Processos entre as casas religiosas sobre supostas difamações, ou em defesa de seus dependentes.
Os jesuítas ocupavam posições de amplo poder no campo educacional, sendo vistos como um obstáculo sério a ser transposto para a maior afirmação do Estado sobre a Igreja. Eram os mais independentes da autoridade episcopal, mais resistentes à burocracia real, ricos e poderosos tanto na colôna quanto na Espanha.
As reduções jesuíticas, que proclamavam a necessidade de uma sociedade livre e sensível aos interesses dos nativos. Os colonos espanhóis, autoridades civis hostilizavam-as, pois concorriam e interferiam no processo de aquisição de mão-de-obra indígena, até mesmo os impedia de ter indígenas como escravos. Além disso as reduções não passavam de uma escusa política por se tratar de uma organização estadual que tinha suas próprias leis.
Com isso, a coroa espanhola viu que os jesuítas tornaram a Igreja não mais submissa ao Estado, mas uma ameaça ao poder espanhol na América. Esse processo culminou com a expulsão da Companhia de Jesus dos domínios espanhóis em 1767.

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