sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Sobre comidas e mulheres


Sobre comidas e mulheres
 












Nós brasileiros sempre associamos, até mesmo inconscientemente, acomida a tudo, inclusive às mulheres. Nosso vocabulário é cheio dessas associações como dizer: os homens “comem” as mulheres ao relacionarem-se sexualmente, quando se reclama de algo que lhe garante o sustento é cuspir no prato que comeu, entre outros.
Ao fazer esse tipo de associação não só afastamo-nos de outras culturas, como fazemo-nos únicos, exatamente por misturarmos tudo ao nosso redor, Roberto da Matta fala sobre a relação do cru com o cozido, onde o cru é visto como a brutalidade, o duro, forte, o homem. O cozido é o macio, o de mais fácil digestão, o delicado, a mulher.
Em outras culturas essa relação complexa é mais difícil de compreensão, por não haver tanta relação entre a comida e a vida. A preocupação de outros povos com a comida é de comer para viver, ou às vezes viver para comer, mas relacionar tudo com o que comemos, isso é brasileirismo.
Não há como pensar nessa relação sem pensar no prato típico do nosso Brasil, o arroz com feijão. O branco com preto, o preto no branco, a mistura interessante e intrigante aos outros povos, pois a miscigenação é vista até mesmo no prato nosso de cada dia. Sem essa relação, o cozido, prato popular onde o arroz e o feijão são cozidos juntos, miscigenando-se e tornando-se algo único, não teria razão de existência.
 Mary del Priori nos relata em seu livro Barrocas Famílias que em Minas Gerais, no século XVII os homens iam às minas e quando não encontravam ouro, prata ou outros minérios, tornavam-se gigolôs de suas esposas que viravam prostitutas dos outros garimpeiros que tinham mais sorte.

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