quarta-feira, 3 de outubro de 2012

estudo dirigido François Hartog em A História de Homero a Santo Agostinho (2001: 145-151)


ESTUDO DIRIGIDO
A partir da leitura do texto de Cícero (A origem da História, as leis da História e a eloquência do fórum) publicado por François Hartog em A História de Homero a Santo Agostinho (2001: 145-151) diga quais são as principais características da historiografia romana antiga enunciadas por Cícero. Para responder esta pergunta leve em consideração a afirmação de François Hartog (2001: 216, A evidência da História: O que os historiadores veem que diz que:
A história romana é, com efeito em resumo demasiado rápido, uma história sem história (no sentido grego de investigação), sem testemunhas, nem autópsia, tampouco dois lados (Roma está inteiramente em Roma). Ela é concebida com opus oratorium, de acordo Cícero, ou narratio, narrativa literária composta de autores (scriptores), personalidades importantes que, ao julgarem necessário, recorrem a fiadores ou autoridades (auctores).

A história romana foi escrita através de narrações sem que se houvesse investigação. Para ser historiador se deveria apenas falar a verdade, portanto a menor hipótese de uma falácia deveria ser afastada imediatamente.
Apenas o ócio fazia-se necessário à escrita da história em Roma, a leitura de escritos históricos gregos era de grande valia para formar o estilo narrativo das crônicas. Porém as crônicas romanas não se assemelhavam muito com as crônicas gregas, pois as gregas eram escritas por quem realmente esteve nos relatos, enquanto as romanas eram escritas por aristocratas que ao ouvirem a versão romana dos fatos os transcreviam.
Somente era observada a versão vencedora romana, os outros povos sequer eram observados, assim como os aedos e primeiros historiadores gregos faziam. A história romana em um sentido de análise a partir dos gregos foi um retrocesso imenso, pois a história grega teve uma revolução iniciada por Heródoto, a investigação e relato fidedigno do que se via, enquanto os romanos apenas relatavam por escrito o que era relatado oralmente.
Apenas em casos especiais eram buscados os relatos de quem realmente esteve nos fatos escritos, em geral não se fazia uma busca de quem realmente participou do fato.  A história a princípio, teve seus primeiros registros eternizados na confecção de anais. Esses anais tinham por objetivo preservar a memória dos atos oficiais para dar publicidade aos feitos do imperador.

Resenha: A sociedade ordens e classes Pierre Chaunu

Resenha: A sociedade ordens e classes
Pierre Chaunu
 A organização social é extremamente abstrata, porém faz parte da sociedade e a rege. Através da interpretação do abstrato que é possível compreender a sociedade. Por essa razão a história social não pode ser preterida, mas sim estudada a priori para se entender a História de um povo. É certo que durante o início do período moderno a opulência e o poder aquisitivo são menos importantes que um berço privilegiado.
A apresentação de Chaunu é comparativa. Ele nos apresenta a Europa ocidental como paradigma e demonstra pouco da oriental para que se possam perceber as mudanças.
A realidade social na Idade Moderna é o surgimento da burguesia, a queda do regime de ordens e o surgimento das classes sociais. A burguesia buscou ascender à nobreza, através de casamentos com nobres, porém foi um processo lento e gradual onde a própria burguesia mais antiga impôs barreiras à escalada social de novos burgueses.
Nesse período moderno pode-se ver que a burguesia mesmo que inconscientemente, percebeu a mudança da estratificação social e tentou evitar a qualquer custo, porém não obteve êxito. Chaunu nos mostra que a mudança da organização social de ordens para classes passou por um período em que “se viveu uma tendência para o regime de castas, onde a endogamia é a realidade”. A burguesia via a mudança, pagava caro para parasse, porque estava pagando caro para ascender à nobreza e legitimando sua riqueza, mas as relações sociais obtêm mutações a todo instante.
O autor apresenta a acumulação de riquezas como a base da mudança na estratificação social, como a introdução de pessoas em uma ordem crescente, nobreza, em detrimento da camponesa, através de mudanças na utilização da terra por força do renascimento que de certa forma foi esvaziando o campo. Cita exemplos nos informando “em parte alguma a acumulação capitalista do grande comércio é tão antiga como na Holanda, tão rápida como na Inglaterra”, e demonstra como se deu o processo na Inglaterra “A burguesia introduziu-se nos moldes flexíveis duma sociedade aristocrática que ela mesma transformou”. Portanto não foram necessários golpes.
Exemplos de outras partes da Europa, no norte ocidental a acumulação lenta e atrasada gera “reflexos mais retrógrados de rejeição de crescimento”, ao sul “não há ameaças sérias à estratificação feudal de ordens”. A leste “a aristocracia reforça o seu poder sobre um campesinato em queda de estatuto”. Portanto Chaunu apresenta a acumulação e capitalização monetária como as causas da transformação da sociedade e, portanto geradora da revolução industrial na Inglaterra.
A mudança da organização social é lenta, profunda, transformadora. A Revolução Francesa é exemplo disso a partir de 1750 de acordo com Chaunu pode até mesmo haver recuos nos avanços das mudanças. “Ao quebrar o crescimento econômico, motor da desordem social, a Revolução Francesa, por um ricochete inevitável, provocou mesmo um endurecimento do que podia ainda subsistir das antigas estruturas e ordens”. Com isso algumas regiões sob o domínio de conservadores podem manter-se por mais tempo ligadas ao sistema anterior.
O autor se remete ao sistema de castas indianas para explicar porque se remeteu a tal regime. Porém apresenta hierarquia social nessa estratificação.
De acordo com Chaunu
a sociedade barroca e clássica do século XVII e primeiro quartel do XVIII está mais ligada às ordens que às classes, as ordens de valores sociais dos anos 1600-1750 permanecem infinitamente mais próximas da Idade Média que dos valores saídos da revolução industrial,
com isso se percebe que a Igreja assim como a burguesia acreditam que a legitimação da sociedade europeia se dá através das ordens e não pelas classes.
Os burgueses são qualificados como honrados ou honestos pela utilidade de empregar os trabalhadores braçais e pela riqueza. “Se vivem na cidade e se fazem parte das honras, cargos e privilégios de Cidadão, todos podem aspirar ao título de burguês”. Os burgueses são respeitados e possuem crédito com o Poder se tornando muito poderosos nas cidades.
Os mendigos, vagabundos e trabalhadores da cidade são ignorados pela nobreza e burguesia, no entanto os lavradores não o são, pois a grande parte da riqueza é fruto da terra. “A grande riqueza não é tanto a terra, na verdade, mas sim os camponeses que a trabalham”, com isso é vista a consciência de que o trabalhador rural tem importância pela falta de maquinário.
É visto que o nível de vida é medido pelo número de criados que lhe prestam seus serviços. A necessidade de se afirmar custa muito caro, e “se paga o preço para obter a honra que é herdada por alguns poucos, embora sob pena de a perderem por falta de dinheiro”. Talvez seja essa a motivação de casamentos entre burgueses e nobres, elevando-se assim os burgueses ao status de nobres.
Como a nobreza tem origem na terra, em tese o nobre é grande proprietário rural e “a fonte da riqueza e do poder não reside no comércio que o fez, mas na numerosa massa de homens que vivem da terra”, a burguesia busca, com o dinheiro obtido no comércio, a compra de terras que traz ascendência de hierarquia, prestígio e honra assim a nobreza da burguesia se legitima.
Assim como em camadas superiores, os camponeses também são conservadores “inimigos obstinados do progresso agrícola e abrandamento dos costumes, chegando a vender o seu pão a velhos clientes a aceitar propostas mais vantajosas por parte de indivíduos com os quais não têm o hábito de negociar”. Assim vemos o quanto à lógica capitalista ainda não estava estabelecida e como supracitado a sociedade moderna está mais próxima do medievo que da sociedade capitalista pós-revolução industrial.
 Como os burgueses não são campesinos, suas propriedades necessitavam de camponeses para criar animais e lavrar a terra. Surgem nesse contexto os meeiros, posseiros, rendeiros e artesãos rurais, “especuladores de pequenos negócios”. Trabalhadores de agricultura e pecuária familiar onde o principal bem é um animal de tiro ao serviço de 8 a 10 hectares de exploração da terra. Na Grã-Bretanha se denominou de genro.
Porém o caminho do campo à burguesia se fazia possível,
agricultores enriquecidos, rendeiros cobradores de talha, hábeis artífices da reação senhorial de que sabem, dadas as circunstâncias, captar os lucros, essa pequena aristocracia de ‘pessoas importantes da terra’ constitui o primeiro escalão da ascensão social e a primeira etapa para a burguesia.
Portanto, ser burguês era almejado por pelos menos favorecidos da sociedade.
Os burgueses passam a encarregar-se dos serviços dos Estados territoriais, cobranças de impostos, serviços judiciais, e assim forma um novo controle aristocrático de domínio senhorial. Tanto que Chaunu cita “que mais de 50% da colheita ia, por diversos meios, enriquecer as classes não camponesas”. Assim é possível observar que a burguesia torna-se muito importante.
Como a ascensão social é travada principalmente por quem ascendeu havia maior dificuldade a cada geração para que se fosse alcançada a nobreza. No século XVII na França há uma “nobreza de função”, onde “recebem uma nobreza não transmissível, todavia se mantém depois de três gerações no posto”, que provavelmente seja a causa de os pais geralmente terem vontade de que seus filhos herdem suas profissões. Esses ofícios eram comprados muito caros, porém “o seu preço é a garantia de eficácia”, formaram o “Estado dos magistrados” que oneram ainda mais a folha salarial do Estado.
O rei vendia aos oficiais sobrevivências, mesmo exercendo suas funções tinham a competência de designar um sucessor, parente ou comprador. Por isso “a burguesia compra feudos e ofícios. Torna-se nobreza de toga. Satisfeita com sua promoção, ela fecha a sete chaves a porta que transpôs”. Com isso o parlamento se tornou fonte de enobrecimento através do cargo de referendário “num cargo de livre-trânsito. O referendário é um estado que apenas se abraça para deixá-lo”, um trampolim aos cargos enobrecedores.
Por isso,
devido à barreira da admissão erguida contra os homines Novi, que veiculam o dinheiro fresco da venda e da mercancia, os ofícios do Parlamento, apesar ou por causa do prestigio a eles ligado, valem quatro ou cinco vezes menos que o preço dos ofícios enobrecedores, à mercê, muito mais liberal, do rei.
Ou seja, era muito mais barato entrar no Parlamento e comprar seu título de nobreza, que tentar comprar diretamente. A receita teórica estatal era em grande parte originária da venda de títulos de ofícios, cargos esses que eram fim último dos lucros comerciais.
A burguesia protestante fora constrangida a permanecer na mercancia e finança. Com isso eles foram privilegiados porque lidavam com o dinheiro do financiamento do Estado e comércio internacional. Sendo um dos pilares de sustentação da construção de uma Europa capitalista.


A reviravolta da História A queda do muro de Berlim e o fim do comunismo Marc Ferro 2011


Resenha: A reviravolta da História
A queda do muro de Berlim e o fim do comunismo
Marc Ferro 2011
Em uma análise pessoal, partindo de um princípio de que seus leitores são conhecedores dos fatos, Marc Ferro em seu ensaio nos apresenta a derrocada do comunismo através de relatos de fatos e experiências em países socialistas e capitalistas durante a Guerra Fria. Por falta de fontes, a “imparcialidade histórica” é deixada de lado e alguns argumentos ficaram vagos, o que não tira o valor do trabalho.
O muro de Berlim, símbolo da guerra de força e ideológica entre capitalistas e socialistas, edificado em 1961 e derrubado em 1989, representou a imagética comunista do século XX, dividia Berlim, capital alemã, ao meio, porém não tinha uma função defensiva militar como a muralha da China por exemplo.
Foi usado para extinguir o êxodo de berlinenses e outros alemães da República Democrática Alemã (RDA) para a República Federal Alemã (RFA). Fora uma defensiva da extinção do regime, pois o atraso tecnológico imposto pela URSS aos países ‘colonizados’ ante o avanço apoiado pelos EUA aos países ‘imperializados’ era decisivo na escolha do lado em que o povo se definia em ficar.
A queda do muro não foi simplesmente alvenaria e concreto indo ao chão, por 1989 ser o ano do bicentenário da Revolução Francesa, teve uma simbologia posteriormente atribuída a ela, o fim do comunismo e o fim da URSS. Algum tempo após a queda do muro, a Alemanha se reunificou e a cisão da Europa em dois blocos findou-se.
A análise de Ferro não é simplesmente acerca da queda do muro, mas de vários os motivos para que isso ocorresse. A política da perestroika de Gorbachev, que abriu as liberdades na extinta URSS, a pressão de Iéltsin, que ‘curiosamente’ sucedeu Gorbachev no comando da Rússia, a política de Kohl, que afirmava: “a unificação alemã e europeia eram duas faces de uma mesma moeda” e a pressão popular ocidental para o fim da Guerra Fria.
O pacto de Varsóvia não agradava a opinião pública, assim como a Comecon, por não levar o desenvolvimento a nenhum país participante. Os países da cortina de ferro não concordavam em servir de escudo a um sistema falido. A Alemanha se unificava e o desenvolvimento seguia rumo a leste novamente fazendo da nação outra vez um país desenvolvido.
A iniciativa de Gorbachev de abandonar a política repressiva não foi bem vista pela população que não via vantagens nisso. No entanto o regime não suportava mais a pressão de todos os lados. Ao autorizar a liberdade de informação, início de uma liberdade de expressão, acredito que talvez Gorbachev estivesse disposto a findar o regime extremamente falho, pois era dispendioso demais para se sustentar por si só.
 A falta de controle a que o governo se via atado, pois dominar um país imenso, de diversas etnias e religiões, que iniciavam um processo de independência da URSS, era um problema que sempre fora negado e ocultado, assim como os aspectos de disfunção do Estado, estava sendo descoberto pela liberdade que a imprensa obtinha cada vez mais.
O sistema socialista se via em franco declínio pela exploração dos trabalhadores, onde o surgimento do sindicato da solidariedade fora combatido e repreendido a força pelas autoridades. Frases como:
Muitas vezes, os dirigentes sindicais não passam de criados dos diretores das fábricas.
Cabe aos sindicatos, antes de mais nada, defender os direitos dos trabalhadores, mas eles não poderiam fazer grande coisa se não reforçássemos a disciplina do trabalho e se a produção não aumentasse.
A greve não é proibida, mas ela não é normal neste país.
Mostram que assim como no capitalismo, o interessante não é o bem comum dos trabalhadores, mas o que estes são capazes de produzir.
Afirmações como as supracitadas, comuns de se ouvir, entender e compreender na sociedade capitalista neoliberal de exploração máxima da mão de obra, segundo as ideias marxistas não deveriam sequer ser imaginadas numa sociedade comunista ou socialista. Por esse motivo, talvez a URSS não obteve êxito em suas conquistas e se viu obrigada a regredir e consequentemente acabar.
A falta de suprimentos, a desvalorização monetária, o processo de privatização, a liberdade política, liberdade de imprensa e expressão, a estratégia de democratização, a falta de unidade e sentimento nacional por conta de nações que integravam a URSS, conflitos entre as nações pertencentes ao país foram algumas das causas do complexo processo do fim da URSS segundo Ferro.
Há dúvidas acerca da política perestroika de Gorbachev, se teria sido uma forma de tentar salvar o regime falido e assim manter o socialismo, ou se sua intenção fora de findar com o falho sistema. De acordo com a primeira alternativa seria um fiasco, porém se sua real intenção tenha sido a segunda, o sucesso é inegável e legitimo.
Gorbachev assolara as bases do poder do Estado, por isso sofreu tentativas de golpe de estado frustradas, no entanto se viu obrigado a renunciar. O que se seguiu foi uma série de conflitos e independências dos países formadores da URSS, a exceção da Tchetchênia que tem recursos petrolíferos, portanto uma fonte de riqueza estratégica. Porém os tchetchenos buscaram sua liberdade e o que se sucedeu foi uma série de conflitos nessa região, com a manutenção do poder russo na região.
Em seu ensaio sobre o fim do comunismo, Ferro cita obras cinematográficas, entre as quais Adeus Lênin e A vida dos outros, para poder exemplificar e explicar a nostalgia dos países do leste europeu em relação ao antigo regime. Graças às visões deturpadas que o Ocidente tinha do regime socialista, como paraíso dos trabalhadores, ou como fonte de violência indescritível, a expansão do comunismo pelo leste europeu preocupou a sociedade.
Porém ficou claro com o fim do regime que os ideais da Revolução Russa foram distorcidos, portanto o poder socialista ficou fadado ao fracasso. Tanto é real que mesmo com o capitalismo crescendo e se estabelecendo na Rússia, o poder mantém-se com os mesmos líderes políticos. O próprio atual presidente russo, Vladmir Putin era membro da KGB, agência de inteligência e espionagem russa.
A queda do regime socialista do Oriente pode ter se dado porque o regime se instaurou em um contexto que provavelmente não estava pronto para chegar ao comunismo, pois segundo Marx, o comunismo se dará a partir da revolta do proletariado explorado a extremo, a Rússia de 1917 era praticamente feudal, é como se tivesse pulado a etapa do mercantilismo da teoria marxista. As teorias devem ser testadas, de acordo como são estabelecidas, adaptadas à realidade, pois geralmente são utópicas. Eis um dos grandes erros dos russos ao se precipitarem em estabelecer o socialismo antes de terem a mais valia como base das relações sociais.
Porém o século XX foi de grande valia a Rússia, apesar dos genocídios, guerras, terrorismo, o crescimento tecnológico e industrial obtido em apenas um século foi equivalente aos cinco séculos de desenvolvimento no Ocidente. Do mesmo modo, a sua queda foi proporcional ao seu crescimento, pois ideologias são distorcidas quando da passagem do poder. Cada homem tem uma visão diferente do outro, assim o modo como se dirige uma nação se modifica a cada passagem de poder, ou até mesmo dentro de um mesmo governo.
A queda do Muro da Vergonha, como ficou conhecido na década de 1990, não foi causa do fim do comunismo, todavia foi uma mostra da fraqueza vivida pelo Estado socialista à época. A unificação alemã foi penosa à Alemanha, pois o leste estava totalmente desestruturado. 

terça-feira, 19 de junho de 2012

mudança ou repetição? eis a questão da educação


Referência
KRAHE, Elisabeth Diefenthaeler. TAROUCO, Liane Margarida Rockenbach. KONRATH, Mary Lúcia Pedroso. Desafios do trabalho docente mudança ou repetição. 2006. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.

Este trabalho levanta as questões:

O uso de novas tecnologias na educação diferencia ou apenas repete o ensino tradicional?
O uso da informática nas escolas muda a maneira do aluno reagir às disciplinas lecionadas?

Trabalho docente
O ensino de qualidade envolve as variáveis:
Organização inovadora, aberta, com um projeto pedagógico coerente, dinâmico, participativo e inovador.
Infraestrutura adequada, atualizada, confortável com tecnologias acessíveis, disponíveis e adequadas.
Profissionais preparados intelectual, emocional, comunicacional e eticamente e com boa remuneração.
Condições de trabalho adequadas para estes profissionais.
Tempo para os profissionais pesquisarem e estudarem.
Desafios do cotidiano do trabalho docente frente as NTIC
As novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC) abrem um grande leque de possibilidades para a organização da aula, porém há o desafio de encontrar tempo para conhecê-las, atualizar-se e planejar o seu uso. Mais complicado ainda é integrar-se com outros profissionais de ensino para a aprendizagem global e interdisciplinar.
Não há formação profissional nem espaços físicos apropriados para o que se é exigido da educação atualmente.
O exercício da profissão de professor exige que o profissional seja mediador/orientador. A partir deste viés o professor deve ser facilitador, incentivador e mediador da aprendizagem dos alunos.
Mediação pedagógica e o papel do professor como mediador/orientador.
Os princípios norteadores à prática pedagógica.
Integração com novas tecnologias, metodologias e atividades, aproximando as diversas mídias existentes.
Variar a forma e as técnicas utilizadas em sala de aula e fora dela, improvisando e não deixando assim tudo monótono e previsível.
Planejar e improvisar quando necessário, ajustando o planejado às circunstâncias da prática.
Valorizar a comunicação virtual e os aspectos de presença e distância.
A mediação pedagógica tem estratégias convencionais e novas tecnologias

Convencionais:
Apresentação simples, desenhos, deslocamento físico, tempestade cerebral, dramatização, jogos de empresa, estudos de caso, estágios, excursões, aulas práticas, visitas a locais de atividades profissionais, dinâmicas de grupo, aulas expositivas, leituras, ensino com pesquisa ou por meio de projetos e uso de recursos audiovisuais.
Estratégias de novas tecnologias:
Aquelas que estão vinculadas ao uso de computador, informática, telemática, e educação à distância. São inclusos também recursos e linguagens digitais que podem modificar o processo de educação através da interação entre sujeitos por intermédio das tecnologias.
Planejamento estratégias pedagógicas
As estratégias pedagógicas são utilizadas para facilitar o aprendizado
As concepções educacionais que embasam as atividades propostas;
A articulação de propostas e/ou atividades desencadeadoras de aprendizagens;
A organização do ambiente físico;
O planejamento de ações e
O tipo e a forma como o material é utilizado.
Experiências com uso de computadores e laboratórios em escolas
O uso da informática amplia os horizontes da sala de aula, porém é necessário planejamento para sua utilização.
A pesquisa efetuada mostrou que não uniforme o nível tecnológico entre as máquinas das escolas pesquisadas e seu uso é bastante diferenciado, contudo na maioria dos casos, a utilização é feita no intuito de organização de trabalhos escolares dentro do conteúdo programático das aulas.

Considerações finais
A conclusão das pesquisadoras foi que as estratégias educacionais devem ser repensadas, os professores devem amadurecer intelectual e emocionalmente e que a formação permanente dos docentes é imprescindível para o desenvolvimento da educação com as novas tecnologias de informação e comunicação, para assim exercer a função cobrada pela sociedade de mediador/orientador

filosofia educacional


A educação brasileira é resultante da fusão de várias ideologias educacionais, tomemos a grega por exemplo.  Os sofistas, filósofos que se preocupavam com a retórica e oratória, eram educadores por profissão, no entanto apenas pessoas abastadas podiam pagar suas aulas, por serem muito caras.
O modelo de ensino sofista é a aprendizagem da oratória e retórica, onde quem vence o debate é a pessoa que convence as outras de seus preceitos e ideologias.
No modelo socrático, a educação é algo que surge do interesse, da busca interior, onde o educador apenas estimula o aluno com a dialética. Sócrates ensinava quem tivesse interesse, e não apenas os ricos como faziam os seus contemporâneos sofistas.
Nisso a educação no Brasil, dividida em pública e privada, herda dos gregos, entre outras coisas, uma diferença de método de ensino e oneração que demonstram as diferenças gritantes na qualidade e no modelo de ensino da sociedade brasileira. Onde quem pode pagar tem um modelo de educação e quem não pode onerar tem uma educação que fica, e muito, a desejar dias melhores.

a arte da comunicação


O mercado de trabalho está em constante mudança, porém as exigências dele são imutáveis: saber administrar conflitos, trabalhar em equipe, usar perfeitamente a linguagem oral e escrita, ter bom nível de inteligência emocional. No entanto, as empresas em geral não se preocupam em ensinar isso, pois é oneroso o treinamento.
Essa exigência nos faz precisar cada vez mais dos especialistas e é do trabalho de um deles que se refere esse resumo.
A comunicação é a peça chave para vencer a competição do mercado. Isso fica muito claro até mesmo em entrevistas de emprego, onde, por vezes, o profissional mais capacitado é descartado por não se comunicar corretamente, ou mesmo quando temos ideias brilhantes que podem ser descartadas quando nos expressamos erroneamente.
A arte da boa comunicação não é necessária apenas no trabalho, pois onde há mais de uma pessoa deve existir comunicação, porque o homem é um ser social.
A inteligência emocional quando devidamente madura desenvolve o potencial intelectual das pessoas. Esse amadurecimento é um processo de evolução moral, onde é necessário empatia, domínio da agressividade, serenidade e competência, saber dominar e combater as fraquezas, tolerar a inveja, ou seja, mergulhar onde há risco e anular as contrariedades e frustrações.
A inteligência emocional ajuda a preservar o sentimento de ousadia, perseverança, disciplina, perder o medo do fracasso, pois somente que tenta que pode errar. Portanto, o sucesso na vida individual e profissional depende muito mais do vigor emocional que das habilidades e competências adquiridas por meio de técnicas que são ensinadas.
A criatividade é muito importante na vida profissional. Porém, de grosso modo, as pessoas tem medo de serem punidas por errar e com isso não se movem, instalam-se em suas “zonas de conforto” e, portanto nada se modifica.
Contudo, as empresas buscam aqueles que não temem o erro e são criativas para poderem lucrar mais com as inovações tecnológicas que podem ser criadas em suas dependências. Todavia, o profissional deve ser amável, diferenciado por sua postura emocional e técnica, em relação aos clientes. Pois não é apenas com inspiração e criatividade que se alcança o sucesso, mas com muita transpiração. Para se alcançar o sucesso faz-se necessário uma equipe interessada e unida, fazendo competentemente aquilo que gosta.
O sucesso exige bom nível de comunicação na língua pátria, sabedoria nas escolhas, criatividade, facilidade de expressão, constante atualização, estudo e aperfeiçoamento, responsabilidade, trabalho em equipe e postura individual representativa para com os clientes.
Para se conseguir o sucesso, antes de mais nada, é preciso buscar oportunidade de se encaixar no mercado de trabalho, preparar-se muito bem, conhecer as exigências, motivar-se constantemente e manter-se apto a ocupar a vaga que está a disposição.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

amo meu grêmio

Amor é a plena utilização da razão,
Por isso meu grêmio está em meu coração.
Sem você não sei viver,
Porque não sei se conseguiria para outro time torcer.
O teu futebol me fascina,
Ao te ver meu coração delira.
Sei que na verdade
Somente tu podes viver na imortalidade.
Porém vou ao Olímpico, mesmo que não tenha mais idade.
Para te ver vencendo
vou até mesmo correndo
Até a pé eu vou,
Pois sei que ao voltar a notícia é de que você ganhou
Deus, ao me ver nascer
Me fez te merecer.
Por isso me deu o prêmio,
de torcer por ti meu Grêmio.

domingo, 3 de junho de 2012

informações acerca da religiosidade na colonia


Souza, Laura de Melo e. Religiosidade popular na colônia. In. O diabo e a terra de santa cruz. Feitiçaria e religiosidade popular no Brasil colonial. São Paulo: Companhia das letras, 1995. p. 86-150.
O texto demostra um distanciamento gigantesco entre os dogmas e a religiosidade vivida. Um bispado em cem anos, não cumprimento das ordens eclesiais, ceticismo da população, padres que ignoravam as ordens do santo Ofício. Coroa portuguesa como patrona das missões católicas e instituições eclesiásticas em suas colônias, com os jesuítas como organizadores do catolicismo.
Havia relações politicas entre padres e a Igreja, tanto que no século XVII, Roma restringe a ação do padroado criando a congregação para a propagação da fé.
Diálogo com Gilberto Freyre Casa Grande- Senzala-Capela, especificidade familiar e sincretismo herético de Carlo Guinzburg.
O catolicismo era religião de fachada. Os cultos tinham traços católicos, negros, indígenas e judaicos misturados condenando os colonos ao sincretismo religioso. Inconsciência religiosa, deturpação, desconhecimento completo dos dogmas, paganismos, aprendizagem catequética por memorização de poucos rudimentos religiosos, que não eram entendidos e após alguns anos esquecidos.
Deus era objeto de dúvidas e indagações. Havia descrença em Deus generalizada, utilização da fé como fornecedora de bens materiais, fornecedora de vantagens concretas ou tratamento de todos os males, como subterfúgio ao abarcamento de seus interesses, cometendo blasfêmias de todas as maneiras, até mesmo pelo mau viver dos padres. Muitos párocos vivam em regime de concubinato, eram sodomitas, ébrios, envolviam-se em brigas, rixas, jogatinas, crimes de todo tipo, desacatavam aos fiéis.
Os fiéis eram impacientes devido a curta duração da vida. A fé constantemente era posta em xeque, ‘justiça divina duvidosa e falha’. “Se Deus era o Criador a ser adorado, por que fizera a desigualdade social?” (p. 111).
Indistinção entre sagrado e profano traduzida na identificação e devoção aos santos. Familiarização com os santos. Crença judaica atrelada ao ceticismo. Explicação para tudo em Deus ou no diabo. Os colonos não tinham base científica que lhes explicasse os fenômenos, portanto tudo era explicado através de forças espirituais, sobrenaturais, metafísicas.
Completo desrespeito e desacato aos símbolos e ritos religiosos católicos. Havia muita ambiguidade, o que se ama às vezes se odeia, por uma economia religiosa de toma lá dá cá, quando se alcança a graça o amor se manifesta ao santo, quando não se alcança o esperado, xinga, atira-o nos cantos, odeia-o.
Demonização das ações humanas de ‘má vontade’ e divinização da aquisição de bens materiais. Tudo podia ser explicado pelo sagrado ou profano, pois sem uma razão sustentada na ciência, a Igreja dominava a mentalidade popular, porém com suas limitações conquanto à fé do povo. Menção ao padre Antonil como divinizador do produto mercantil gerador de lucros e bens.
A religiosidade colonial era extremamente falha em relação aos dogmas e preceitos religiosos católicos vigentes, mesmo porque a distância da Europa dificultava muito a repressão àqueles que se rebelassem contra a ordem religiosa. Mesmo os que eram pegos em atos heréticos às vezes não eram punidos por haver apenas um bispado em toda colônia durante mais de um século.
O carnaval também foi uma invenção dessa época, séc. XVI, onde os portugueses ‘fervorosos’ no catolicismo, quando defrontados com a quaresma, quarenta dias de privação de todos os prazeres carnais, montaram no calendário uma semana para extravasar nos deleites possíveis.
Indico este livro a todos que tenham interesse em conhecer um pouco sobre como os colonos se atinham às coisas sagradas, mediante a religiosidade vigente, o catolicismo.

literatura colonial espanhola


Os colégios e universidades demonstravam rivalidades encobertas das ordens religiosas, possuíam cargos de clientelismo político ou camaradagem, porém figuravam aspirações de enobrecimento através da educação, promoviam além do avanço cultural, promoções na administração pública, eram instrumentos básicos de educação, porém não eram acessadas por uma grande parcela da população e portanto não foram tão importantes como a literatura para influenciar a mentalidade colonial.
A diversidade cultural da colônia iniciou-se pelo enorme quantitativo de tribos e povos habitantes do continente americano, cada um com seus costumes e tradições. A diversidade de etnias do colonos, bascos, castellanos, galegos, catalães, foi importantíssima para gerar uma heterogeneidade ainda maior. Para completar a complexidade os escravos negros importados da África eram de muitas etnias diferentes, com crenças e costumes distintos, o que acabava por causar uma heterogeneidade singular em toda a América.
A literatura colonial era criada apenas pela elite, que era quem tinha acesso à educação, portanto a literatura e o teatro coloniais eram a representação de ideais e aspirações elitistas.
O início da literatura colonial foi em crõnicas e epopéias relatando as conquistas para influenciar a imigração de europeus para o novo continente.
O pensamento iluminista entrou na América através de livros que a Inquisição não conseguia, ou mesmo nem tentava, confiscar e queimar. A partir das ideias iluministas a população dos países da América espanhola buscou a emancipação e em seguida a independência.

haciendas no méxico


A divisão do solo foi iniciada com pequenas porções de terra chamadas de  peonías e caballerías divididas para agricultura de subsistência ou criação de gado. Como a maioria dos proprietários não reclamava seus domínios, por falta de dinheiro para investir, as terras foram sendo desbravadas e cultivadas por um número reduzido de colonos que detinham poderio econômico.
A pecuária extensiva foi sem dúvida a grande responsável pelo crescimento dessas posses, então para se legitimar a invasão de terras, o governo implantou a composición, uma taxa para regularizar terras invadidas ou compradas ilegalmente de indígenas. Com a composición a maioria das haciendas de terra cultivável, criação de gado e terras da Igreja foram regularizadas.
Enquanto o modelo de pecuária extensiva se desenvolvia e destruia as lavouras indígenas em campo aberto, a necessidade de mais terras cultiváveis e pastagens crescia com o aumento da demanda por produtos agropecuários para comércio doméstico na colônia e exportação.
A agricultura ao se desenvolver trouxe a necessidade de grandes latifúndios (haciendas) onde havia plantações de cana, milho, feijão, trigo, pimenta, para alimentar principalmente a população mineira e a população urbana. Por sua predisposição de multicultura as haciendas necessitavam de mão-de-obra especializada e emprego de maquinário, o que trouxe inicialmente dificuldade para os índios.
Os hacendados ganhavam força e reduziam o poder estatal, na medida em que suas propriedades cresciam, pela possibilidade de invadir terras de pequenos agricultores e legitimar seus domínios a partir do pagamento da composición, portanto os latifundiários (hacendados) tinham seu poder aumentado a partir de que em suas propriedades eles eram os governantes.
Por conta disso, contrariando a lei de não escravização dos índios, havia uma crescente escravização indígena, na tentativa de suprir a necessidade de mão-de-obra. Porém a escravidão negra e a subdivisão das terras para posseiros e meeiros supriu de vez a necessidade de mão de obra.
A coroa espanhola iniciou o processo de colonização com a obrigação dos indígenas ao pagamento de tributos, e trabalhos sazonais forçados, onde as comunidades determinavam o período trabalhado, as condições de trabalho, e a distribuição da força de trabalho.
Com o denvolvenvolvimento da agricultura e pecuária, o Estado viu que esse modelo não teria muito êxito, assim mudando o sistema para os repartimientos, onde os índios perderíam o controle do trabalho e receberíam salários para exercer as funções.
Conforme se desenvolviam, agricultura e a pecuária na colônia necessitaram de mão de obra permanente e um reforço sazonal, épocas de capina, plantio e colheita. Com isso houve a necessidade de compra de escravos negros e escravização dos índios, por meio de endividamento dos mesmos, pois havia a possibilidade de receberem adiantamentos de salário em dinheiro ou roupas. Portanto a mão-de-obra indígena passou de empregados sazonais, que tinham controle total de sua força de trabalho, para assalariados endividados, o que os tornou escravos.
Grande parte das haciendas e fazendas de criação de gado tinham intuito primordial de abastecer o mercado mineiro e urbano. Como grande parte da população ubana era de pequenos produtores rurais, a produção da haciendas precisava ser estocada para a venda no período da entressafra.
A região da mesoamérica sofre com variações contínuas e intempéries climáticas. Como a hacienda tinha menos propenção a ser abalada por intempéries climáticas, por possuir maior área plantada, ter sementes selecionadas e utilizar-se de insumos agrícolas e ter silos e celeiros para estocar grãos, tinha maior chance de sua produção ser a alternativa para alimentação da população em anos de seca ou enchentes.
A hacienda possuia uma realidade de policultura, pois a sua estrutura a obrigava a isso. De um lado havia a produção comercial (cana-de-açúcar, trigo, milho, ágave ou gado), de outra parte a produção de subsistência (milho, feijão, pimenta), em outras partes havia a exploração de florestas, caieiras e pedreiras.
Como as intempéries aumentavam o poder de venda, os hacendados buscaram meios de aumentar suas propriedades para suprir a demanda, para isso avançou os limites de suas terras para dentro das terras dos pequenos proprietários e indígenas.
Cada hectare avançado dentro da terra do pequeno proprietário, reduzia a capacidade de produção dele e com isso, maior a probabilidade de ele necessitar comprar produtos do hacendado, o mesmo com as terras indígenas, porém com a escassez de terras ou o índio ia para a cidade, aumentando o quantitativo de pessoas para comprar os produtos, ou ia trabalhar para o hacendado.

importância da igreja na América espanhola colonial


A Igreja conferia legitimidade às conquistas do Estado, porém em troca obrigava a promoção da conversão dos povos ao cristianismo. A Coroa reservava-se o direito de indicar os candidatos aos cargos eclesiásticos em todos os níveis, para isso assumiu a obrigação de construir e dotar catedrais, igrejas, mosteiros e os hospitais.
O clero enviado à colônia tinha o caráter missionário e era divido em ordens religiosas, a mais importante foi a Companhia de Jesus. Os frades jesuítas tiveram grande participação na economia colonial, pois com o legado, recebimento de dinheiro ou terras por um serviço espiritual a um colono morto, a Igreja colonial atuou como uma instituição financeira parceira do Estado, sendo a principal fonte de crédito e investimento na colônia.
Apesar disso, a Companhia de Jesus foi expulsa da América ao representar um perigo muito grande à Coroa, pois detinha o poder de manipulação, a educação era ministrada por padres jesuítas, além disso tinha posses e muito dinheiro.
Isso ocorreu devido ao grande avanço do protestantismo na Europa, a busca por novos fiéis foi uma necessidade da Igreja. Desonerando-a no envio dos religiosos, o Estado controlava, através do Conselho das Índias, as remessas do clero às colônias, a comunicação entre os religiosos e Roma, porém se obrigou a construir e dotar os mosteiros, igrejas,  catedrais e hospitais.
À Igreja colonial foi dispensada uma missão prática de apressar a submissão e europeização dos índios e pregar lealdade à Coroa.
O bispado local tinha autoridade sobre todo o clero na colônia, tanto o secular quanto o regular, ou seja, o bispo comandava todo o clero de sua diocese não apenas os padres paroquiais, mas todos os missionários. Inicialmente as dioceses foram estabelecidas em decorrêcia de  conquistas militares e posteriormente pela importância econômica de determinadas regiões.
As ordens religiosas foram importantíssimas para a introdução do cristianismo na América espanhola, por isso foram escolhidas as ordens militares, mendicantes, e entre os frades deu-se preferência aos reformados ou observantes, que além de predispostos à aventura de pregação, não tiham pretensões senhoriais. As ordens femininas foram criadas em solo americano de acordo com o modelo ibérico e eram monásticas, portanto não eram missionárias.
Apesar do clero colonial ser predominantemente branco, as ordens criavam vínculos rápídamente em todos os níveis sociais, se ocupavam além da pregação do evangelho do atendimento médico e da educação na América.
A Igreja no século XVII através da Companhia de Jesus, maior e mais importante ordem religiosa na colonização americana, conquistara posses e dinheiro a partir dos legados, possessões de terra ou dinheiro deixados aos padres por prestação de serviços espirituais aos colonos mortos, e assim obteve condições para até mesmo arrendar a arrecadação dos dízimos a fieis leigos mediante o pagamento de uma quantia em dinheiro. Chegando a assumir a função de instituição financeira, atuando como principal fonte de crédito e investimento do capital na América espanhola.
Porém a Igreja não se limitava ao dinheiro, a educação na colônia era prioridade para as ordens, tanto que somente cinco universidades em toda a Nova Espanha não eram de propriedade da Igreja. Havia preocupação da formação de um clero local, e legitimação do processo colonial.
A multiplicidade de disputas internas e domésticas, questões entre bispos e o poder civil, também o bispado e o clero secular e as ordens religiosas. Processos entre as casas religiosas sobre supostas difamações, ou em defesa de seus dependentes.
Os jesuítas ocupavam posições de amplo poder no campo educacional, sendo vistos como um obstáculo sério a ser transposto para a maior afirmação do Estado sobre a Igreja. Eram os mais independentes da autoridade episcopal, mais resistentes à burocracia real, ricos e poderosos tanto na colôna quanto na Espanha.
As reduções jesuíticas, que proclamavam a necessidade de uma sociedade livre e sensível aos interesses dos nativos. Os colonos espanhóis, autoridades civis hostilizavam-as, pois concorriam e interferiam no processo de aquisição de mão-de-obra indígena, até mesmo os impedia de ter indígenas como escravos. Além disso as reduções não passavam de uma escusa política por se tratar de uma organização estadual que tinha suas próprias leis.
Com isso, a coroa espanhola viu que os jesuítas tornaram a Igreja não mais submissa ao Estado, mas uma ameaça ao poder espanhol na América. Esse processo culminou com a expulsão da Companhia de Jesus dos domínios espanhóis em 1767.

economia colonial da América espanhola


A necessidade e a disponibilidade dos recursos formam  a estrutura produtiva local. Essa foi a máxima em todas as civilizações durante a história da humanidade, e na América espanhola não poderia ser diferente. Como a imigração européia e africana eram a principal fonte de expansão demográfica, e a dominação espanhola foi massacrante, os costumes e hábitos alimentares foram resignificados.
No méxico a estrutura mais utilizada foi a hacienda, onde a policultura predominava, na América central insular o regime prioritário foi de plantation com uso de escravos negros em sua maioria, nos andes a percentagem de terra cultivável é extremamente pequena, potanto os planaltos e vales foram dominados por produtos de interesse dos colonos e em grandes altitudes o gado foi substituindo pouco a pouco os llamas nativos, já no sul as planícies de vegetação rasteira, os pampas, praticamente desabitadas foram utilizadas para pasto.
Como nos Andes a grande variação de altitude dificultou a formação de grandes hacendas, então utilizou-se o sistema de encomiendas, diferente da região da América central continental, onde os regimientos foram muito utilizados para aquisição de mão-de-obra. Nas regiões de vales, onde as terras eram muito férteis para a agricultura por conta da irrigação e utilização de insumos, os produtos tropicais (cana-de-açúcar, cacau, café) foram a fonte de renda para os agricultores.
Para logística desses produtos foram utilizadas principalmente as rotas terrestres, o que nem de longe diminuiu a importância dos rios no transporte de mercadorias, um exemplo é o Rio de la Plata na Argentina foi o maior ponto de escoamento da produção de gado e prata da região sul da América do sul.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Toda utopia pode ser adaptada à realidade deixando de ser utópica, torna-se assim uma possibilidade.
Não subestime os pensadores, a possibilidade de uma utopia ser uma realidade está apenas na adaptação inicial à realidade vivida.




Vinícius Marques

sábado, 3 de março de 2012

Quando de ti me lembro.
Corta-se meu coração.
Quanta saudade tenho,
Do amor que só ganhei desdenho,
Porém, quando em razão me atenho.
Reflito sobre o que seria do amor,
Se não fosse a solidão.

cachaça do mal

Caindo a noite.
Nascendo o dia.
O galo canta.
O gato mia.
Essa hora é quando acaba a bebedeira.
Então a ressaca se cria.
Destruindo tudo aquilo,
Que até a pouco era a mais pura alegria.

futebol

Futebol é arte,
ter um clube no coração faz parte.
Mas só para te alegrar,
o meu time vou falar.
Deus me deu com isso um prêmio.
Por que me deu como time o meu Grêmio.

Resumo do resumo do livro Educação e luta de classe Autor: Aníbal Ponce resumo do livro educação e luta de classes Anibal

A educação é uma forma de popularizar as formas de sobrevivência, as coisas necessárias à vida. O homem difere dos demais animais pela capacidade de criar, conservar e transmitir padrões de comportamento característicos de suas sociedades, ou seja, cultura. Onde se percebe e responde ao meio. Desta forma a cultura se perpetua através da educação.
A divisão da sociedade em classes gera um processo de aculturação por parte dos dominantes. Essa separação origina-se da divisão do trabalho, e por consequência um desenvolvimento social e uma sistematização estável da divisão do trabalho no âmbito do estado ou da educação.
A Revolução Francesa mudou a educação e os pensamentos, acarretando assim uma formação escolar voltada para o mercado que iniciava a exigência de mão de obra qualificada para as máquinas. Com isso iniciou-se a política de educação de massas, não para elevar a classe proletária, mas como um aparelho ideológico da burguesia a serviço de seus interesses.
A escola é um aparelho ideológico, porém deve se fazer também como disseminadora de conhecimentos necessários ao desenvolvimento das ciências. A grande questão levantada é: A educação é, na luta de classes, uma arma de união ou separação?
A educação influencia a política e vice versa, pois a educação apesar de ser apenas reprodutora da discriminação social, pode revelar as brechas sociais, tornando-se um instrumento de revoluções e insurreições para a socialização do conhecimento, assim contribuindo para a evolução humana.

pedagogia da autonomia Paulo Freire

A serviço da libertação do homem, dirigiu-se às massas oprimidas acreditando na liberdade, no poder de criação e de crítica, e estabelecendo as bases de uma pedagogia onde, tanto educador como o educando aprendem no trabalho comum de uma tomada de consciência da situação que vivem, por serem homens igualmente livres e críticos, pois as relações que o homem trava com o mundo fazem-no estar no mundo, e com o mundo, por ser um ser de integrações e não apenas de contatos, e por ter uma abertura à realidade.
Prefácio
O tema central da obra é a formação profissional docente, juntamente com uma reflexão sobre a prática educativa para a autonomia dos educandos. Os saberes necessários à prática educativa são necessários tanto a educadores críticos quanto para professores conservadores, pois são requeridos pela prática docente. “É necessário ser coerente. Não adianta o discurso competente, quando a ação pedagógica é imutável. A prática docente deve ser fundada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do educando.” (p. 10).
Formar não é puramente treinar o educando no desempenho de destrezas, é desenvolver os dons e atiçar a capacidade cognoscitiva do mesmo. “O preparo científico do professor ou da professora deve coincidir com sua retidão ética.” (p. 16).
Freire anuncia
a solidariedade enquanto compromisso histórico de homens e mulheres, como uma das formas de luta capazes de promover e instaurar a ‘ética universal do ser humano’. Essa dimensão utópica tem na pedagogia da autonomia uma das suas possibilidades. (p. 11).
Freire aponta “o erro não é ter um ponto de vista, mas absolutizá-lo e desconhecer que, mesmo do acerto de seu ponto de vista é possível que a razão ética nem sempre esteja com ele.” (p. 14). Onde “não é possível viver eticamente sem estar exposto permanentemente à transgressão da ética.” (p. 17). No entanto “a transgressão possível dos valores éticos é um demérito, jamais uma virtude.” (p. 18).
Capítulo 1
Não há docência sem discência
O ensino foi descoberto historicamente na vida social de homens e mulheres. “Quem ensina, aprende ao ensinar e quem aprende, ensina ao aprender.” (p. 23). A formação permanente dos professores é imprescindível para o exercício da docência, tendo-se como fundamental a reflexão crítica sobre a prática. Nesta formação permanente, não importa a repetição mecânica do gesto, mas sim a compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, do desejo, da insegurança a ser superada pela segurança, do medo que ao ser ‘educado’ vai gerando a coragem. “A reflexão crítica sobre o processo se torna uma exigência da relação teoria/prática sem a qual a teoria pode virar blábláblá e a prática, ativismo.” (p. 22).
Lecionar não é transmitir sabedoria, mas criar as possibilidades à construção, recriação do conhecimento. Porque é inválido o ensino onde o aprendiz não se torna competente para recriar ou refazer o ensinado. “Ao ser produzido, o conhecimento novo supera outro que antes foi novo e se dispõe a ser ultrapassado por outro amanhã.” (p. 28). O ensino exige pesquisa e a pesquisa necessita do ensino. Para conhecer o que ainda desconheço preciso pesquisar e ensino para comunicar ou anunciar a novidade. Onde faço a recriação do conhecimento.
A aprendizagem para a autonomia do sujeito é incompatível com o treinamento pragmático, ou com o elitismo autoritário dos que se consideram donos da verdade e do saber articulado. O conhecimento dos alunos deve ser respeitado e utilizado na educação dos mesmos. “A curiosidade é parte integrante do fenômeno vital. Não haveria criatividade sem a curiosidade a qual nos move e nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos.” (p. 32).
O preconceito ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia. Por isso o educador democrático deve reforçar a capacidade crítica do educando, na sua curiosidade e insubmissão. “A tarefa coerente do educador que pensa certo é, exercendo como ser humano a irrecusável prática de inteligir, desafiar o educando com quem se comunica, produzir sua compreensão do que vem sendo comunicado.” (p. 38).
Freire nos fala que o ‘pensar certo’ exige humildade, exemplo, ética, experiência, respeito, comunicação, pesquisa, dialética entre o pensar e fazer, criticidade, disponibilidade, aceitação, generosidade, curiosidade, criatividade, compreensão, segurança, coragem, insubmissão, ação, desafio, democracia, negação a qualquer preconceito, profundidade na interpretação da realidade, coerência, localização histórica, entendimento, participação, dinamismo, comunhão, reflexão, rigor metódico, decisão, inteligência, lealdade, amor. Pensar certo exige ainda assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, transformador, criador, realizador de sonhos. E ele completa dizendo que “só, na verdade, quem pensa certo, mesmo que às vezes, pense errado, é quem pode ensinar a pensar certo.” (p. 27).
Pensar certo implica o respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação quanto o respeito à capacidade criadora do educando, demanda profundidade na compreensão e na interpretação dos fatos, é agir certo. O pensar certo tem o gosto pela generosidade que, não negando a quem o tem direito à raiva, a distingue da raivosidade irrefreada. Tem disponibilidade ao risco, aceitação do novo, não apenas porque é recente, pois o velho que preserva sua validade ou que encarna uma tradição ou marca sua presença no tempo continua novo. (p. 35). O pensar certo deve ser ensinado concomitantemente ao ensino dos conteúdos. Pensar certo é algo que se faz e vive enquanto dele se fala com a força do testemunho. (p. 37). O ensino deve se dar a partir do exemplo. O fazer certo testemunha em favor de quem pratica o pensar certo. “A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialética entre o fazer e o pensar sobre o fazer.” (p. 38).
A criticidade não se dá automaticamente, é necessária a superação da ingenuidade através do pensar certo, promovendo a capacidade criadora dos discentes, própria da curiosidade deles. “A promoção da ingenuidade à criticidade deve ser feita com estética para despertar interesse dos educandos, juntamente com uma rigorosa formação ética.” (p. 32).
Nenhuma formação docente pode ser desatenta ao exercício da criticidade, sem o reconhecimento do valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da intuição ou adivinhação. O importante é submeter as instituições à análise metodicamente rigorosa de nossa curiosidade epistemológica. (p. 45).
Capítulo 2
Ensinar não é transferir conhecimento
O ensino é muito mais que transferência de conhecimento, é a abertura à criação de novos conhecimentos e a recriação dos já existentes. A inconclusão do ser humano faz-nos buscar a educação, o ensino para que possamos nos completar, ou pelo menos, dar qualidade às nossas vidas.
Quem não entende a ética não pode ser ético. “Só os seres que se tornaram éticos podem romper com a ética,” (p. 52) ‘O inacabamento de que nos tornamos conscientes nos fez seres éticos.’ (p. 59). A inconclusão do homem, quando assumida, enraíza a ética. (p. 60). Por esta razão a ética é cobrada apenas dos seres humanos. A ética nos exige o respeito à autonomia e à dignidade de cada um, isso não é um favor que podemos conceder uns aos outros.
Devo respeito à autonomia e à identidade do educando com uma prática em tudo coerente com o saber.
Estar no mundo sem fazer história, sem por ela ser feito, sem fazer cultura, sem tratar sua própria existência no mundo, sem sonhar, sem cantar, sem musicar, sem pintar, sem cuidar da terra, das águas, sem usar as mãos, sem esculpir, sem teologia, sem assombro em face ao mistério, sem aprender, sem ensinar, sem ideias de formação, sem politizar não é possível. (p. 58).
O bom senso me adverte de que a prática de exercer a minha autoridade em classe não é sinal de autoritarismo. A autoridade vem do cumprimento do dever.
O respeito devido à dignidade dos educandos não me permite subestimar, ou pior ainda, zombar do saber que eles trazem consigo para a escola. Também não permite que os ironize, discrimine, iniba-os com minha arrogância. O respeito ao educando diz que devo ser responsável, cumpridora dos deveres, que devo preparar e organizar a minha prática, lutar pelos meus direitos e protestar contra injustiças. “O ideal é que, na experiencia educativa, educandos e educadores convivam de tal maneira com os saberes que os tornem sabedoria.” (p. 58).
A responsabilidade dos professores é muito grande, os docentes são os formadores dos médicos, advogados, engenheiros, outros educadores, enfim todos os profissionais somente podem ser profissionalizados por professores.
A tarefa docente exige condições favoráveis, higiênicas, espaciais e estéticas para a prática pedagógica ser eficiente. Sem essas condições a educação é pouco eficiente ou ineficaz.
Ensinar exige humildade, tolerância, respeito, aprendizado constante, convivência com as diferenças, amorosidade, comprometimento, luta política consciente, crítica, organização, apreensão da realidade, reflexão, mudança, construção e reconstrução de conhecimentos, habilidade, posição política, ética, bom senso, alegria, esperança, moral, receptividade, autoridade. Enfim, ensinar exige o ‘pensar certo’.
O trabalho do professor que exerce a profissão com crianças é a difícil caminhada rumo à autonomia que só é possível com consciência crítica. O desenvolvimento da criticidade é a negação da acomodação, adaptação, tornando-os capazes de intervir na realidade.
A mudança é possível, porém seu caminho é árduo. É necessária ação politico-pedagógica comprometida com a alfabetização e formação de mão de obra técnica com qualidade e criticidade.
O saber crítico não é arrogante, nem pode ser imposto como verdade, porém a adaptação ao saber ingênuo (censo comum) é um erro sem tamanho para o educador crítico.
O sistema sociopolítico e econômico é desumano e provoca culpa indevida nas pessoas, como uma ‘sombra invasora’ que deve ser substituída pela autonomia e responsabilidade. Para isso é necessária a dialética entre a ‘leitura do mundo’ e a ‘leitura da palavra’.
O educador deve estimular a curiosidade do educando, pois assim estará estimulando a sua própria e então “haverá um bom clima pedagógico-democrático onde o educando aprende que a curiosidade assim como a liberdade tem limites.” (p. 85).
É importante que haja diálogo entre docente e discente para a assunção de uma postura epistemologicamente curiosa, e assim a recriação do conhecimento aconteça. Para tanto há a necessidade de equilíbrio entre liberdade e autoridade, não pendendo para o autoritarismo, nem para a libertinagem, pois há indisciplina em ambos, inexiste respeito em tais práticas, portanto o diálogo não se faz possível.
Capítulo 3
Ensinar é uma especificidade humana
A liberdade dos alunos gera neles confiança e segurança. Para que possa ser dada a liberdade os docentes devem ser seguros. Somente pode-se ser seguro sendo competente. Para ser competente há a necessidade de formação permanente. Para que a autoridade dos docentes seja reconhecida plenamente e assim possa ser dada a liberdade, os professores devem ser generosos. Pois a arrogância e a mesquinhez negam o princípio democrático da educação.
A autoridade democrática, coerente e ética aposta na liberdade disciplinada, onde não há estagnação, mas sim a recriação dos conhecimentos, onde há reinvenção do mundo, que é a autonomia educativa. “O ensino dos conteúdos implica testemunho ético do professor.” (p. 95).
Para ensinar é preciso dominar o conteúdo. Como ensinar o que não se sabe? Por isso, a constante formação docente é imprescindível. Para ensinar é necessário ser verdadeiro, por isso ético.
A educação é e não é, ao mesmo tempo, tanto reprodutora da ideologia dominante, quanto contestadora dela. “Não posso ser professor sem me achar capaz de ensinar certo e bem os conteúdos de minha disciplina nem posso reduzir a minha prática docente ao puro ensino dos conteúdos.” (p. 103).
Só é possível exercer a autoridade quando existe a liberdade crítica que defende seus direitos, pois somente com liberdade aprendemos a decidir. A autonomia se dá a partir das experiências das decisões tomadas. A pedagogia da autonomia tem base na liberdade para tomadas de decisões por parte dos alunos, para que ao se confrontar com as consequências de suas decisões tenham uma postura ética.
A professora democrática, coerente, competente, que testemunha seu gosto de vida, sua esperança no mundo melhor, que atesta sua capacidade de luta, seu respeito às diferenças, sabe cada vez mais o valor que tem para a modificação da realidade, a maneira consistente com que se vive sua presença no mundo, de que sua experiência na escola é apenas um momento, mas um momento importante que precisa de ser autenticamente vivido. (p. 113).
Para falar com os alunos devemos escutá-los e não falar impositivamente, se tivermos a intenção de sermos escutados, para que haja diálogo e assim a recriação do conhecimento.
A educação tem uma base fatalisticamente ideológica, esconde e revela a realidade faz pensar ou mesmo faz parar de pensar, pode criticizar ou alienar.
Sem que o educador seja amoroso e queira o bem aos alunos o ensino crítico é impossível, pois se não quiser o bem o trabalho feito será extremamente ruim , sem qualidade alguma.
Parecer da resenhista
Pedagogia da autonomia, um livro dedicado aos alunos de cursos de formação de educadores preocupados com o futuro de seus alunos, fala sobre ética, formação permanente dos docentes, liberdade e autoridade.
É um livro indicado para professores em formação, ou que já exercem a profissão para a conscientização do poder da educação.
Paulo Freire insiste no ‘pensar certo’ e na ética que bate de frente com o que uma professora me disse certa vez:
“Para que vou te ensinar a pensar criticamente, se eu tenho filhos? Eles são ensinados para mandar. Se eu fizer o mesmo com filhos de pobre, quem eles vão mandar? Ao fingir que ensino eu faço os filhos de pobre felizes com pouca informação para gravar e garanto um futuro melhor para meus filhos, que tem educação de qualidade.”
Essa professora, com essa afirmação me fez pensar que eu devo ser melhor, e acima de tudo devo fazer melhor. Devo fazer o melhor para que os alunos, através de suas escolhas, tenham seu futuro de acordo com as consequências delas.

CHIZZOTTI, ANTÔNIO. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. 2. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2008. antonio chizotti pesquisa qu

O livro citado visa esclarecer como as pesquisas qualitativas podem ser mais utilizadas em ciências humanas e sociais a partir da ideia principal desse modo de produção de conhecimento que é a interpretação.
A partir de seus paradigmas, o conhecimento gerado não é laborado com a frieza inexistente visada pelos postulados positivistas, visto que a imparcialidade é praticamente impossível ao ser humano, pois este tem sentimentos e afeiçoa-se a determinado fato ou pessoa. Portanto a interpretação é vista como a melhor saída na produção do saber.
Para pesquisar o profissional deve ser compreensivo para então penetrar nas ideias e assim compreender o contexto. Por isso a análise qualitativa requer mais tempo e atenção do pesquisador. Nas pesquisas qualitativas o conhecimento é gerado, também, a partir da participação dos indivíduos para a mudança ou manutenção da situação-problema.
Há a análise de conteúdo de diversos documentos, sejam eles orais, visuais, escritos, filmados. Na análise desses documentos há de se fazer cincos questões para a clarificação do ponto de vista: “Quem fala? Diz o que? Qual meio utilizado? A quem? Com quais efeitos?” Respondidas essas questões a pesquisa faz-se presente.
Antônio Chizzotti é professor titular e coordenador do programa de pós-graduação da PUC de São Paulo.

resenha

Souza, Laura de Melo e. Religiosidade popular na colônia. In. O diabo e a terra de santa cruz. Feitiçaria e religiosidade popular no Brasil colonial. São Paulo: Companhia das letras, 1995. p. 86-150.
O texto demostra um distanciamento gigantesco entre os dogmas e a religiosidade vivida. Um bispado em cem anos, não cumprimento das ordens eclesiais, ceticismo da população, padres que ignoravam as ordens do santo Ofício. Coroa portuguesa como patrona das missões católicas e instituições eclesiásticas em suas colônias, com os jesuítas como organizadores do catolicismo.
Havia relações politicas entre padres e a Igreja, tanto que no século XVII, Roma restringe a ação do padroado criando a congregação para a propagação da fé.
Diálogo com Gilberto Freyre Casa Grande- Senzala-Capela, especificidade familiar e sincretismo herético de Carlo Guinzburg.
O catolicismo era religião de fachada. Os cultos tinham traços católicos, negros, indígenas e judaicos misturados condenando os colonos ao sincretismo religioso. Inconsciência religiosa, deturpação, desconhecimento completo dos dogmas, paganismos, aprendizagem catequética por memorização de poucos rudimentos religiosos, que não eram entendidos e após alguns anos esquecidos.
Deus era objeto de dúvidas e indagações. Havia descrença em Deus generalizada, utilização da fé como fornecedora de bens materiais, fornecedora de vantagens concretas ou tratamento de todos os males, como subterfúgio ao abarcamento de seus interesses, cometendo blasfêmias de todas as maneiras, até mesmo pelo mau viver dos padres. Muitos párocos vivam em regime de concubinato, eram sodomitas, ébrios, envolviam-se em brigas, rixas, jogatinas, crimes de todo tipo, desacatavam aos fiéis.
Os fiéis eram impacientes devido a curta duração da vida. A fé constantemente era posta em xeque, ‘justiça divina duvidosa e falha’. “Se Deus era o Criador a ser adorado, por que fizera a desigualdade social?” (p. 111).
Indistinção entre sagrado e profano traduzida na identificação e devoção aos santos. Familiarização com os santos. Crença judaica atrelada ao ceticismo. Explicação para tudo em Deus ou no diabo. Os colonos não tinham base científica que lhes explicasse os fenômenos, portanto tudo era explicado através de forças espirituais, sobrenaturais, metafísicas.
Completo desrespeito e desacato aos símbolos e ritos religiosos católicos. Havia muita ambiguidade, o que se ama às vezes se odeia, por uma economia religiosa de toma lá dá cá, quando se alcança a graça o amor se manifesta ao santo, quando não se alcança o esperado, xinga, atira-o nos cantos, odeia-o.
Demonização das ações humanas de ‘má vontade’ e divinização da aquisição de bens materiais. Tudo podia ser explicado pelo sagrado ou profano, pois sem uma razão sustentada na ciência, a Igreja dominava a mentalidade popular, porém com suas limitações conquanto à fé do povo. Menção ao padre Antonil como divinizador do produto mercantil gerador de lucros e bens.
Parecer do resenhista
A religiosidade colonial era extremamente falha em relação aos dogmas e preceitos religiosos católicos vigentes, mesmo porque a distância da Europa dificultava muito a repressão àqueles que se rebelassem contra a ordem religiosa. Mesmo os que eram pegos em atos heréticos às vezes não eram punidos por haver apenas um bispado em toda colônia durante mais de um século.
O carnaval também foi uma invenção dessa época, séc. XVI, onde os portugueses ‘fervorosos’ no catolicismo, quando defrontados com a quaresma, quarenta dias de privação de todos os prazeres carnais, montaram no calendário uma semana para extravasar nos deleites possíveis.
Indico este livro a todos que tenham interesse em conhecer um pouco sobre como os colonos se atinham às coisas sagradas, mediante a religiosidade vigente, o catolicismo.

educação e mudança (Paulo Freire)

O tempo histórico apresenta tempos de trânsito em que os valores são substituídos. Todo trânsito é tempo de mudança, no entanto nem toda mudança é trânsito, ele implica numa marcha acelerada rumo a novos temas e tarefas, afetando profundamente a ponto de criar um novo período histórico. (p. 54).
As soluções assistencialistas fazem do sujeito que as recebe objeto e contradizem o processo de democratização fundamental. São antidialogais, impõem ao homem mutismo e passividade e não oferecem condições para conscientização crítica. (p. 65).
O ponto de partida do trânsito é uma sociedade fechada, onde o centro da economia é fora dela, voltada para o mercado externo, exportadora de matéria-prima, predatória, reflexa na economia, reflexa na cultura, portanto alienada, objeto e não sujeito de si mesma, antidialogal, sem vida urbana ou com precária vida urbana, com alarmantes índices de analfabetismo, ainda hoje persistentes, atrasada comandada por uma elite superposta a seu mundo, ao invés de com ele integrada.
O transito se dá na ruptura das forças que mantinham o equilíbrio desta sociedade. As alterações econômicas e os primeiros surtos de industrialização foram os principais fatores de abertura desta sociedade. Porém o golpe de estado de 1964 fez com que o Brasil voltasse ao estágio de sociedade fechada. (p. 57).
A radicalização é positiva porque é crítica; amorosa; humilde; comunicativa; não nega o direito do outro de optar; não pretende impor a sua opção, dialoga sobre ela, convencido de seu acerto, respeita a opção do outro; tenta convencer e converter, e não esmagar seu oponente; tem o dever de reagir à violência dos que lhe pretendam impor silêncio; não se autoflagela; não se acomoda diante do poder exacerbado de alguns que leva à desumanização de todos, inclusive de poderosos, rejeita o ativismo e submete suas ações a reflexão sempre.
O grande mal estava no despreparo do brasileiro para a captação crítica do desafio, descambando assim para a sectarização. E o fanatismo tem matriz preponderantemente emocional e acrítica; é arrogante, antidialogal, reacionário, nada cria porque não ama, não respeita o outro, tenta impor sua opinião ao outro, é inclinado ao ativismo, que é ação sem vigilância da reflexão, daí o gosto pela sloganização que dificilmente ultrapassa a esfera dos mitos, morrendo assim em meias verdades, nutre-se do puramente relativo a que atribui valor absoluto. (p. 58/59).
Esse clima de esperança nasce no momento em que a sociedade volta-se sobre si e descobre-se inacabada e com um sem-número de tarefas a cumprir, desfaz-se do impacto dos sectários e participa ativamente do processo democrático de fato. (p. 63).
A atitude subversiva é essencialmente comandada por apetites, conscientes ou não, de privilégios. Por isso mesmo em nossa sociedade em transição subversivo tanto era o homem comum, emergente, em busca de privilégios, quanto os que queriam manter seu status. (p. 64).





A ingênua se caracteriza pela simplicidade na interpretação de problemas; pela tendência a julgar o tempo; por subestimar o homem comum; pela forte inclinação ao gregarismo; pela impermeabilidade à investigação; pela fragilidade na argumentação; pela prática da polêmica; por explicações mágicas; responde mais abertamente aos estímulos, mas se envolvem em respostas mágicas; distorce e deturpa a dialogação. (p. 69).
A crítica, que é alcançada com educação dialogal e ativa, voltada para a responsabilidade social e política, se caracteriza pela profundidade na interpretação dos problemas; pela substituição de respostas mágicas por princípios causais; por testar os ‘achados’ e se dispor sempre a revisões; por despir-se de preconceitos; por evitar deformações na apreensão; por negar a transferência de responsabilidade; por segurança na argumentação; pela recusa a posições quietistas; pela prática do diálogo  e não da polêmica; pela receptividade ao novo e pela não-recusa ao velho; por se inclinar sempre a arguições. (p. 69/70).

A criticidade fanatizada se caracteriza pela absolutização do ponto de vista; pelo irracionalismo sectário; por tomadas de decisão com cunho emocional; por ações de subversão. Levando esses indivíduos à desumanização. (p. 71).

educação com mudança ou repetição?

Referência
KRAHE, Elisabeth Diefenthaeler. TAROUCO, Liane Margarida Rockenbach. KONRATH, Mary Lúcia Pedroso. Desafios do trabalho docente mudança ou repetição. 2006. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.
Este trabalho levanta as questões:
O uso de novas tecnologias na educação diferencia ou apenas repete o ensino tradicional?
O uso da informática nas escolas muda a maneira do aluno reagir às disciplinas lecionadas?
Trabalho docente
O ensino de qualidade envolve as variáveis:
Organização inovadora, aberta, com um projeto pedagógico coerente, dinâmico, participativo e inovador.
Infraestrutura adequada, atualizada, confortável com tecnologias acessíveis, disponíveis e adequadas.
Profissionais preparados intelectual, emocional, comunicacional e eticamente e com boa remuneração.
Condições de trabalho adequadas para estes profissionais.
Tempo para os profissionais pesquisarem e estudarem.
Desafios do cotidiano do trabalho docente frente as NTIC
As novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC) abrem um grande leque de possibilidades para a organização da aula, porém há o desafio de encontrar tempo para conhecê-las, atualizar-se e planejar o seu uso. Mais complicado ainda é integrar-se com outros profissionais de ensino para a aprendizagem global e interdisciplinar.
Não há formação profissional nem espaços físicos apropriados para o que se é exigido da educação atualmente.
O exercício da profissão de professor exige que o profissional seja mediador/orientador. A partir deste viés o professor deve ser facilitador, incentivador e mediador da aprendizagem dos alunos.
Mediação pedagógica e o papel do professor como mediador/orientador
Os princípios norteadores à prática pedagógica
Integração com novas tecnologias, metodologias e atividades, aproximando as diversas mídias existentes.
Variar a forma e as técnicas utilizadas em sala de aula e fora dela, improvisando e não deixando assim tudo monótono e previsível.
Planejar e improvisar quando necessário, ajustando o planejado às circunstâncias da prática.
Valorizar a comunicação virtual e os aspectos de presença e distância.
A mediação pedagógica tem estratégias convencionais e novas tecnologias
Convencionais:
Apresentação simples, desenhos, deslocamento físico, tempestade cerebral, dramatização, jogos de empresa, estudos de caso, estágios, excursões, aulas práticas, visitas a locais de atividades profissionais, dinâmicas de grupo, aulas expositivas, leituras, ensino com pesquisa ou por meio de projetos e uso de recursos audiovisuais.
Estratégias de novas tecnologias:
Aquelas que estão vinculadas ao uso de computador, informática, telemática, e educação à distância. São inclusos também recursos e linguagens digitais que podem modificar o processo de educação através da interação entre sujeitos por intermédio das tecnologias.
Planejamento estratégias pedagógicas
As estratégias pedagógicas são utilizadas para facilitar o aprendizado
As concepções educacionais que embasam as atividades propostas;
A articulação de propostas e/ou atividades desencadeadoras de aprendizagens;
A organização do ambiente físico;
O planejamento de ações e
O tipo e a forma como o material é utilizado.
Experiências com uso de computadores e laboratórios em escolas
O uso da informática amplia os horizontes da sala de aula, porém é necessário planejamento para sua utilização.
A pesquisa efetuada mostrou que não uniforme o nível tecnológico entre as máquinas das escolas pesquisadas e seu uso é bastante diferenciado, contudo na maioria dos casos, a utilização é feita no intuito de organização de trabalhos escolares dentro do conteúdo programático das aulas.
Considerações finais
A conclusão das pesquisadoras foi que as estratégias educacionais devem ser repensadas, os professores devem amadurecer intelectual e emocionalmente e que a formação permanente dos docentes é imprescindível para o desenvolvimento da educação com as novas tecnologias de informação e comunicação, para assim exercer a função cobrada pela sociedade de mediador/orientador.

matrizes do povo brasileiro

O povo brasileiro é fruto de miscigenações inúmeras entre pessoas de principalmente três matrizes, nativo-americana, africana, e europeia, representada principalmente pelos portugueses, colonizadores desta terra.
A matriz nativo-americana é formada por ancestrais de origem indígena, fazendo com que a cultura brasileira incorporasse vários aspectos desta.
A matriz africana é formada por negros da África subsaariana de vários povos, escravizados para a mão de obra na lavoura canavieira.
A matriz europeia é formada pelos colonizadores, portugueses em sua maioria, que a partir da crença cristã católica formou a base da cultura social brasileira.

esquema de leitura de José Carlos Reis, A história entre filosofia e ciência

Como conhecimento das ‘diferenças humanas’, a história científica dará ênfase ao evento: irrepetível, singular, individual, com seu valor intrínseco, único. p.6.
A História não será uma ciência de leis e essências, pois não há modelos supra-históricos dados a priori que garantiriam a racionalidade e inteligibilidade do processo histórico efetivo. A Razão se reduz à História. p.7.
Não é um princípio supra-histórico que organiza o processo efetivo, mas sim a própria história que organiza o pensamento e a ação, os quais existem em uma ‘situação’: um lugar e uma data – um evento. p.7. “Um lugar social”.
A humanidade, sujeito universal, tomava consciência de si através da narração histórica. p.8.
 A filosofia abole a história quando nega a diferença entre o passado e o presente e reduz as diferenças históricas ao tempo presente do espírito. p.8.
O historiador é incapaz de abordar o material histórico sem pressuposições, está impregnado, sem confessá-lo, de ideias filosóficas. p.9.
“Método” tornou-se a palavra chave, e o que distinguia a história da literatura. p.17.

educação no Brasil

A educação brasileira é resultante da fusão de várias ideologias educacionais, tomemos a grega por exemplo.  Os sofistas, filósofos que se preocupavam com a retórica e oratória, eram educadores por profissão, no entanto apenas pessoas abastadas podiam pagar suas aulas, por serem muito caras.
O modelo de ensino sofista é a aprendizagem da oratória e retórica, onde quem vence o debate é a pessoa que convence as outras de seus preceitos e ideologias.
No modelo socrático, a educação é algo que surge do interesse, da busca interior, onde o educador apenas estimula o aluno com a dialética. Sócrates ensinava quem tivesse interesse, e não apenas os ricos como faziam os seus contemporâneos sofistas.
Nisso a educação no Brasil, dividida em pública e privada, herda dos gregos, entre outras coisas, uma diferença de método de ensino e oneração que demonstram as diferenças gritantes na qualidade e no modelo de ensino da sociedade brasileira. Onde quem pode pagar tem um modelo de educação e quem não pode onerar tem uma educação que fica, e muito, a desejar dias melhores.

Concepção Filosófica Aristotélica Concepção Filosófica Aristotélica Concepção Filosófica Aristotélica Concepção Filosófica Aristotélica concepção filosófica aristotélica

Aristóteles, um dos maiores filósofos da história, foi discípulo de Platão por 19 anos, fundador da escola ateniense Liceu, gostava de lecionar em caminhadas, donde surge o termo escola peripatélica.
Seu pensamento filosófico é uma grande crítica aos pré-socráticos e a seu mestre Platão, buscando superar os pensamentos filosóficos vigentes até então, tendo assim um estilo inconfundível, original, único, donde surge uma nova concepção filosófica.
Aristóteles inicia sua crítica por seu mestre, pela concepção platônica do dualismo, onde existem dois mundos, o real, sensível, e o das ideias, subjetivo. Sua crítica baseia-se em infinitos pontos externos de influência e não apenas a relação externa entre dois pontos. Afirma também que todos os seres, objetos, coisas são compostos por forma e matéria.
Ele elabora também, três distinções adicionais acerca da matéria, são elas: Essência e acidente; Necessidade e contingência e; Ato e potência. Faz a distinção das quatro dimensões da causalidade: Causa formal; Causa material; Causa eficiente e; Causa final.

lobo mau

teu cheiro eu já sei de cor,
te vejo, te cheiro, te toco, te faço melhor
ñ sei como você pode buscar
alguém que não sabe amar
vai atrás daquele que não te faz feliz
sei que não sou seu príncipe
muito menos encantado,
mas realizo todos os seus sonhos e desejos
faço de tudo melhor sempre que te vejo
te faço gozar,
enquanto você aguentar.
Só pra quebrar o galho,
quando meto o malho,
eu sei que me torno o tal
e pra você descobrir quem eu sou
prazer, eu sou o lobo mau